João de Melo: "impõe-se um choque desenvolvimentista”
Barómetro da sociedade
28 de jan. de 2024, 09:21
— AO Online
Tem acompanhado este período eleitoral nos Açores?Sigo-o na medida
das minhas possibilidades: as que a comunicação social do continente nos
vai facilitando diariamente. À parte isso, digo que me interessa muito a
atualidade social, económica e cultural dos Açores. Não poderia, aliás,
deixar de ser assim, com alguém, como eu, que dedicou parte da vida a
ensaiar pontes e caminhos literários entre a Região e o todo nacional.Que opinião tem sobre a atual situação política?Julgo que estamos perante um nó górdio difícil de desatar, pelas razões
que se conhecem. Os Açorianos têm a palavra, agora nas urnas e num
momento decisivo para o seu próximo futuro. Com os meus amigos Joel Neto
e José Henrique Ornelas, nós tornámos público um Manifesto a denunciar
as condições penosas do atraso da vida açoriana menos protegida.
Fizemos-lo na nossa condição de insulares.Quem gostaria que vencesse as eleições?Não
sou filiado em nenhum partido político. Digo-o sem arrogância, também
por julgar que a minha independência partidária me confere liberdade de
ser e de pensar em paralelo e em simultâneo com a ação política dos
outros. Mas não é segredo a minha vinculação de sempre ao País de abril,
ao qual devemos a nossa Autonomia.Qual deve ser a prioridade da governação nos próximos quatro anos?As notícias são cada vez mais terríveis: anunciou-se que a Região não
se basta a si própria, sequer em matéria de encargos com os seus
serviços públicos; e que a dívida externa aumenta cada dia. A meu ver,
impõe-se um “choque desenvolvimentista” geral: produtivo, sim, mas
também tecnológico, social, educativo e cultural, que impulsione a vida
das pessoas para uma via de libertação económica e progressiva. Falar é
fácil, eu sei. Mas o silêncio não é linguagem!