Bares e discotecas pedem “de uma vez por todas” que Governo clarifique apoios
Covid-19
24 de dez. de 2021, 08:22
— Lusa/AO Online
“Acredito
que exista boa vontade da parte deles [do Governo], mas têm de
clarificar (…). Era importante sermos todos sérios e de uma vez por
todas dizer tudo aquilo que se pretende fazer e dar, e depois as
associações tomarão as suas posições”, referiu em declarações à Lusa o
responsável desta associação, Ricardo Tavares.O
empresário reforçou a necessidade de “clarificação” por parte do
Governo que “fala dos apoios mas esquece-se de falar de uma coisa
importante, que são os tetos”.“O Governo
não diz aquelas letras pequenas, como as que vêm nos seguros e nos
contratos bancários, e qual é o teto. Estas empresas estiveram
encerradas muito tempo, ao contrário do que toda a população pensava no
passado, eram empresas que declaravam os seus rendimentos e isto faz com
que se os tetos já foram alcançados, porque as quebras já foram muito
grandes, essas empresas já não vão receber nada”, salientou.Os
bares e discotecas obrigados a fechar nas próximas semanas por causa da
pandemia de Covid-19 vão receber um "novo pagamento" calculado em
função de quebras de faturação, disse à Lusa fonte do Governo."A
alteração ao Programa Apoiar contempla, à semelhança dos dois apoios
extraordinários já pagos em 2021, um novo pagamento correspondente a 20%
das quebras de faturação apuradas entre o 4.º trimestre de 2020 e o 4.º
trimestre de 2019, com tetos de apoio alargados", revelou fonte do
Ministério da Economia, em resposta a questões da agência Lusa.De
acordo com a informação prestada à Lusa, o novo pagamento
extraordinário poderá atingir, "para empresas com quebras de faturação
entre 25% e 50%" no período de referência, um apoio de até 5.000 euros
para os empresários em nome individual, 27.500 euros para as
microempresas e de 67.500 euros para as pequenas e médias empresas.No
caso de serem apresentadas "quebras de faturação superiores a 50%", o
apoio poderá atingir o valor de 7.500 euros para os empresários em nome
individual, 41.250 euros para as microempresas e 101.250 euros para as
pequenas e médias empresas."O Governo
continuará a analisar e a avaliar a situação, ajustando as respostas em
função da evolução da situação epidemiológica e das medidas adotadas no
combate à pandemia", acrescentou.O
Programa Apoiar foi criado para auxiliar os empresários a fazer face aos
efeitos da pandemia e o Governo já tinha dito que seria reforçado para
ajudar os bares, discotecas e espaços de diversão noturna por causa das
novas medidas para tentar conter a pandemia aprovadas esta semana pelo
Conselho de Ministros.O Governo disse anteriormente que este setor teria também apoios no âmbito do ‘lay-off’ simplificado.O
responsável da Associação Portuguesa de Bares, Discotecas e Animadores
apontou também que o setor tem “uma vontade transversal em trabalhar”
após “muitos meses sem poder gerar riqueza”.“Todo
este sobe e desce faz com que muitos espaços estejam em situação pior
ainda do que estavam quando abriram. Fizeram investimento,
endividaram-se mais, acreditaram que isto não ia voltar atrás, o próprio
Governo deu indiciação que não ia haver novo confinamento, e agora
acontece isto”, frisou.Ricardo Tavares
lembrou ainda que os empresários continuam a aguardar que o Governo “dê
um passo atrás” em relação às discotecas e bares no fim de ano,
referindo que é “uma incongruência” estes estarem fechados quando “há
eventos com três, quatro ou cinco mil pessoas”.O
encerramento de discotecas e bares com espaço de dança que o Governo
definiu para o território continental na primeira semana de janeiro foi
antecipado para o dia 25, sábado, determinou o executivo esta semana.Em
contrapartida, segundo o Governo, outros estabelecimentos - como
casinos, hotéis e restaurantes - podem manter-se abertos para festas de
passagem de ano, exigindo-se que os utentes tenham um teste negativo à Covid-19.