Bárbara
Vara, filha de Armando Vara, começou a ser ouvida pelas 14:30 na fase
de instrução do processo Operação Marquês, que envolve o ex-primeiro
ministro José Sócrates e começou hoje no Tribunal Central de Instrução
Criminal, tendo a respondido às perguntas do seu advogado Rui Patrício,
do juiz Ivo Rosa e dos procuradores do Ministério Público Rosário
Teixeira e Vitor Pinto. “Não
vou relatar o que se passou lá dentro (…) naturalmente o interrogatório
foi fiel e seguiu aquilo que nós alegámos no requerimento de abertura
de instrução”, disse Rui Patrício aos jornalistas. O
advogado admitiu que “todos os depoimentos são importantes” para
Bárbara Vara, incluindo o do seu pai Armando Vara que hoje foi adiado de
terça-feira para 05 de fevereiro.Bárbara
Vara está acusada de dois crimes de branqueamento de capitais, um em
cumplicidade com o seu pai, a cumprir pena de prisão ao abrigo do
processo Fase Oculta, e outro em coautoria com outros arguidos do
processo, nomeadamente Carlos Santos Silva. A
defesa alega que a acusação é, “além de manifestamente insuficiente,
injusta e ilegal” e que existem erros de natureza “factual, jurídica e
probatória".No
final da primeira sessão da fase de instrução, que durou cerca de uma
hora e meia, o advogado do banqueiro Ricardo Salgado, que não requereu
esta fase processual facultativa, admitiu que “há documentos jurídicos
muito válidos de outros arguido que podem valer a todos”. “A instrução vai demorar muito tempo. Não queria fazer uma previsão. Vamos acompanhar esta fase serenamente”, disse.Questionado
sobre o estado de espírito de Ricardo Salgado, Francisco Proença de
Carvalho respondeu: “desde 2014, altura da queda do BES, o seu estado de
espírito é de lutar pela sua convicção, pela sua inocência porque
quiseram logo condená-lo”.O
ex-presidente do BES está acusado de 21 crimes, nomeadamente corrupção,
branqueamento de capitais, abuso de confiança e fraude fiscal. A próxima sessão da instrução está marcada para quarta-feira com a audição de testemunhas arroladas por Bárbara Vara.O
juiz de instrução Ivo Rosa já marcou diligências até final de maio,
prevendo-se que a decisão final sobre se o processo vai para julgamento e
quais os crimes seja conhecida só no final do ano.