Banco de Portugal quer que todos os cartões sejam emitidos com contactless
9 de nov. de 2020, 18:22
— Lusa/AO Online
Esta é uma das
medidas que consta da Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho,
para o horizonte 2022, hoje divulgada pelo BdP, produzida na sequência
do trabalho desenvolvido pelo Fórum para os Sistemas de Pagamentos
(FSP), a estrutura consultiva do regulador nesta área, que reúne os
principais intervenientes nacionais na oferta e na procura de serviços
de pagamento.Segundo o documento, as
entidades que emitem os cartões terão até dezembro de 2020 para
incorporar a tecnologia 'contactless' nos novos cartões de pagamento
emitidos e promover a sua ativação pelos utilizadores. Neste
momento, cerca de 50% do parque de cartões dispõe já desta tecnologia,
pelo que se estima que dentro de três anos a totalidade dos cartões
tenha 'contactless'.A partir de 2021, o
foco irá abranger os terminais de pagamento automático (TPA), prevendo a
estratégia que a tecnologia 'contactless' passe a ser incorporada
nestes TPA ou garantir a sua ativação, no caso dos que já dispõem desta
tecnologia.Os dados disponíveis indicam
que atualmente cerca de metade dos TPA já aceitam 'contactless' com
cartões de pagamento e também aqui a expectativa do BdP é que no
horizonte de dois a três anos, todos estes terminais disponham desta
tecnologia.Os pagamentos em regime de
'contactless' (ou seja, sem ser necessário inserir o cartão e digitar o
respetivo código) são possíveis para compras até 50 euros – valor fixado
na sequência da pandemia como forma de evitar os contactos com as
teclas dos TPA.Até ao início deste ano, as
operações com 'contactless' cresciam a um ritmo considerado lento, mas a
situação mudou com a pandemia e representam já 30% das compras
efetuadas com cartão.“A pandemia de
covid-19 trouxe uma maior consciencialização, quer por parte dos
comerciantes, quer dos utilizadores, quanto à conveniência desta
tecnologia, refletindo-se na sua maior utilização e deixando antever uma
alteração dos hábitos de pagamento para o futuro”, refere o documento.A
“Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho | Horizonte 2022”,
visa contribuir para a implementação de soluções de “pagamentos seguras,
eficientes e inovadoras no mercado português, promovendo a sua
acessibilidade generalizada”, assentando em quatro pilares, nomeadamente
promover uma sociedade mais informada, potenciar os benefícios da
transformação digital, adotar soluções de pagamento mais seguras e
contribuir para um enquadramento regulamentar que promova a inovação e
eficiência.