Banco de Portugal entrega ao Estado 428 ME em dividendos relativos a 2020
13 de mai. de 2021, 11:29
— Lusa/AO Online
Já entre
dividendos e impostos sobre o rendimento corrente, o banco central
entregou ao Estado um total de 671 milhões de euros, inferior ao
montante entregue em 2020, que foi de 956 milhões de euros.Os
dividendos e os impostos são relativos ao resultado apurado em 2020,
ano em que o banco teve lucros de 535 milhões de euros, quando em 2019
os lucros foram de 759 milhões de euros.Segundo
o BdP, "o resultado líquido foi de 535 milhões de euros, 31 milhões de
euros superior ao resultado orçamentado para 2020".No
Orçamento do Estado para 2021, o Governo previa que, relativos a 2020, o
Banco de Portugal entregasse ao Estado dividendos de 374,5 milhões de
euros.Quanto às rubricas que contribuíram
para os resultados destaca-se a margem de juros, no montante de 802
milhões de euros, cuja principal componente são os juros dos títulos
detidos para fins de política monetária, no valor de 882 milhões de
euros. Segundo o BdP foram reconhecidos
juros a pagar das operações de refinanciamento às instituições de
crédito no montante de 202 milhões de euros.“Os
resultados realizados em operações financeiras e prejuízos não
realizados, no montante de -21 milhões de euros, associados à
desvalorização do dólar norte-americano ocorrida nos últimos meses do
ano”, pode ler-se no comunicado que acompanha o relatório.Os
gastos de funcionamento totalizaram 196 milhões de euros, menos 9,0
milhões de euros do que em 2019, com os gastos com pessoal a cair 5%,
“refletindo sobretudo o decréscimo de gastos de reformas antecipadas”. No
final de 2020, o balanço do Banco de Portugal ascendia a 192 mil
milhões de euros, um valor superior em 33 mil milhões de euros ao
registado no final de 2019.Segundo o BdP,
“este aumento do balanço decorreu, essencialmente, das medidas adotadas
para mitigar os efeitos da pandemia de covid-19 sobre a economia”.Na
evolução do balanço, do lado do ativo, o banco central destaca o
aumento dos ativos de política monetária em 30 mil milhões e o aumento
do ouro e ativos de gestão, sobretudo relacionado com o aumento do preço
do ouro em 14%.Do lado do passivo, o BdP
realça o aumento dos depósitos das instituições de crédito em 12,4 mil
milhões de euros, “consequência da significativa injeção de liquidez
resultante das medidas de política monetária” e “o crescimento
significativo das notas em circulação, 11% no total do Eurosistema, em
resultado do aumento da incerteza na Europa no início da pandemia”.