Banco de Fomento seguiu boas práticas no programa Consolidar
PRR
27 de jul. de 2022, 11:44
— Lusa/AO Online
"Neste
programa Consolidar, que é o primeiro feito seguindo as boas práticas
internacionais do que se passa em todos os países do mundo ocidental, na
minha opinião e na opinião da APCRI, o Banco de Fomento fez tudo como
se faz nesses países", disse à Lusa Martim Avillez Figueiredo, da
direção da associação.O responsável falava
acerca do programa Consolidar, do Plano de Recuperação e Resiliência
(PRR), que tem 250 milhões de euros destinados à consolidação de
Pequenas e Médias Empresas (PME) afetadas pela pandemia da covid-19 e à
sua expansão para novas áreas de negócio.A
APCRI assegurou esta semana ao Banco de Fomento que a indústria
nacional de capital de risco tem prontos para investir os milhões de
capital privado que são necessários para executar integralmente o
programa Consolidar.De acordo com a APCRI,
os seus associados "mobilizaram, através de 33 candidaturas, capital
que é superior aos 30% necessários para a contrapartida privada".Para
Martim Avillez Figueiredo, a instituição bancária liderada por Beatriz
Freitas "chamou toda a indústria e ouviu, percebeu exatamente quais são
as necessidades, quais são os critérios do capital de risco e o sucesso
que isso demonstra e usa os seus instrumentos com capital privado, e
tentou entender bem a realidade".Segundo o
responsável da direção presidida por Luís Santos Carvalho, o programa
atende também às "especificidades da economia portuguesa" saída da
pandemia de covid-19, e às suas consequências nas empresas.Assim,
o Consolidar, segundo o responsável da APCRI, visa as empresas "sem
setores definidos", mas sim com "critérios definidos": "empresas que
tenham sido impactadas pela covid mas que tenham viabilidade económica".Martim
Avillez Figueiredo não adiantou nomes de empresas, até porque os
investimentos ainda não estão fechados, mas lembrou que os fundos de
capital de risco, em Portugal, "investem na indústria", na "indústria
tecnológica", na "indústria de manufatura" e no "turismo"."Só
com fundos de capital de risco, com fundos de investimento privados,
interessados em investir, é que o dinheiro público vem. E a escolha
desses investimentos é das sociedades gestoras", referiu, explicando que
o Consolidar está desenhado para que só haja "dinheiro público havendo
dinheiro privado".Já acerca de um próximo
concurso destinado ao setor também anunciado pelo banco, segundo a
APCRI, já se destina a empresas que "agora não são o alvo do programa
Consolidar", mas sim "todas aquelas que não são PME impactadas pelo
covid, mas economicamente viáveis", como "'startups', as empresas em
início de vida"."Aqui, mais uma vez, o
Banco de Fomento ouviu a indústria, e percebeu bem quais são os
critérios que a indústria prioriza, os seus investimentos em 'venture
capital' [capital de risco para startups], e quais são as variáveis que
considera mais importantes na seleção, no acompanhamento, e se quisermos
nos tais gatilhos de intervenção nessas empresas", detalhou.Questionado
sobre um eventual revés, o dirigente da APCRI descartou mudanças de
rumo, afirmando que "a indústria de capital de risco em Portugal é hoje
uma indústria mais madura, depois daqueles tempos do passado em que
havia muito poucos fundos".