Banco Alimentar de São Miguel com aumento de pedidos de famílias e imigrantes
2 de mar. de 2023, 18:29
— Lusa
“Os pedidos que recebemos só no
dia de ontem [quarta-feira] foram 129, com origem no centro de
emergência e situações comprovadamente de carência. Também recebemos do
Centro de Apoio ao Imigrante e de uma paróquia da cidade de Ponta
Delgada", disse Luísa César, em declarações aos jornalistas.A
responsável pela instituição falava em declarações aos jornalistas,
após uma visita do vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima,
assinalando que 600 famílias solicitaram ajuda à instituição nos meses
de janeiro e fevereiro.Luísa César
explicou que se tratam de pedidos de ajuda, na "maior parte de famílias
que trabalham" mas que "ultimamente têm vindo a ser muito afetadas por
toda a situação inflacionária", como o aumento dos juros e do custo de
vida."Nós estamos aqui para fazermos o que
pudermos. É a missão do Banco Alimentar, com todos os apoios que temos
de entidades públicas", sustentou a presidente do Banco Alimentar Contra
a Fome de São Miguel, assinalando estar "muito satisfeita com a pronta
resposta" do Governo Regional e "de muitas empresas", após o alerta da
instituição para a diminuição do ‘stock’ de alimentos face ao crescente
aumento dos pedidos de ajuda nos últimos meses.Segundo
avançou Luísa César, a instituição a que preside registou "um pico de
pedidos no final do ano passado, acima das 600 famílias por mês"."Dezembro
foi um mês terrível. Em janeiro foram 600 e fevereiro também ronda as
600. E, com o pedido que vi ontem de tantas famílias a precisarem, estou
muito assustada com o mês de março", sustentou a responsável.Luísa César revelou que ainda na semana passada o Banco Alimentar recebeu um pedido para um "apoio a 50 famílias imigrantes"."Tempos
de comprar alimentos, porque nem tudo conseguimos através de donativos,
embora tenhamos empresas em São Miguel que nos dão regularmente",
sublinhou.De acordo com a presidente do
Banco Alimentar Contra a Fome da maior ilha açoriana, "40% dos produtos
têm de ser comprados" e, "ultimamente, com a subida dos preços são
necessários todos os meses perto de 30 mil euros", para adquirir estes
produtos.Luísa César disse ainda que o Banco Alimentar Contra da Fome de São Miguel estima ter "em ‘stock’ alimentos para três meses".