Balanço do Banco de Portugal atinge "máximo histórico" de 160 mil ME em 2019
19 de mai. de 2020, 16:37
— Lusa/AO Online
Segundo
o Relatório da Implementação da Política Monetária do Banco de Portugal
(BdP) de 2019, hoje divulgado, nesse ano foram feitas pelo banco
central “compras brutas de 7.000 milhões de euros e líquidas de 3.900
milhões de euros, essencialmente de dívida pública portuguesa”.No
final de 2019, o BdP mantinha em balanço “ativos adquiridos no âmbito
do programa de compra do Eurosistema (APP - Programa de compra de ativos
alargado, do inglês ‘Asset Purchase Programme’) no montante de 53,3 mil
milhões de euros, dos quais 50,1 mil milhões de euros relativos ao
programa de compra de ativos do setor público (PSPP, do inglês ‘Public
Sector Purchase Programme’) e 3,2 mil milhões de euros ao programa de
compra de obrigações hipotecárias (CBPP3)”. A
este valor acresciam 1,3 mil milhões de euros em títulos adquiridos em
programas concluídos nos anos anteriores (CBPP, CBPP2 e SMP).Em
2019, o BdP diz ter apenas adquirido títulos do setor público português
no âmbito do PSPP não tendo, tal como no ano anterior, adquirido dívida
emitida por entidades supranacionais.Dentro
do setor público português, foram adquiridos também títulos emitidos
pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, bem como de agências
públicas.No ano passado, o Eurosistema
adquiriu 4,3 mil milhões de euros de títulos de dívida pública
portuguesa, sendo este valor já líquido dos montantes vencidos em
carteira. O Banco de Portugal efetuou 669 operações no PSPP com
instituições financeiras portuguesas e estrangeiras. “Ao
longo do ano foram efetuadas algumas operações de venda de títulos em
carteira de modo a repor os limites por emissão (33%) do Eurosistema,
que foram quebrados, de forma automática, no seguimento de operações do
IGCP de troca de dívida (operações de amortização antecipada de
obrigações com um prazo de vencimento próximo, por contrapartida da
emissão de obrigações com prazo para o vencimento superior)”, refere.O
relatório do banco central aponta que, em 2019, o excesso de liquidez
(que resulta da soma entre o valor depositado pelas instituições de
crédito nas contas que detêm no Banco de Portugal acima das reservas
mínimas e o recurso à facilidade permanente de depósito, líquido do
recurso à facilidade permanente de cedência de liquidez) foi, em média,
de cerca de 11,5 mil milhões de euros (10 mil milhões de euros em 2018),
tendo atingido o máximo histórico de 16,7 mil milhões de euros no
último período de manutenção. “Num
contexto de excesso de liquidez e de alguma fragmentação, em 2019 as
instituições portuguesas transacionaram no mercado monetário 61,3 mil
milhões de euros, menos 23,3% do que em 2018, prosseguindo a tendência
de decréscimo registada nos anos anteriores”, refere.Os
derivados OTC (‘over the counter’) continuaram a ser os mais
transacionados (46 mil milhões de euros em 2019), seguidos pelo segmento
com garantia (8,2 mil milhões de euros). Já
a atividade do mercado sem garantia, depois de ter aumentado 44% em
2018, registou uma quebra de 81,8% em 2019, para 1,2 mil milhões de
euros.