Bagagens de voos da SATA retidas em Lisboa originam protestos no Faial
8 de ago. de 2022, 18:05
— Lusa/AO Online
“A SATA trabalha com previsões
meteorológicas feitas com oito a nove horas de antecedência e, por
vezes, quando o avião opera na Horta, as condições climatéricas estão
mais favoráveis do que o inicialmente previsto”, recordou o presidente
da Câmara Municipal da Horta, Carlos Ferreira, apelando a um maior rigor
na atualização dos dados sobre o estado do tempo nas ilhas.Em
causa estão as viagens efetuadas pela companhia aérea açoriana, entre
Lisboa e a Horta, aeroporto onde os aparelhos A320 operam com
penalizações, devido à dimensão da pista (cerca de 1.650 metros de
comprimento), agravadas quando as condições climatéricas são mais
adversas.O autarca admitiu que, nalguns
casos, o estado do tempo terá sido determinante para a decisão do piloto
de não transportar carga, privilegiando as questões de segurança.Contudo, noutros casos, ter-se-á tratado apenas de “falha de informação” no aeroporto de partida, acrescentou.Também
António Macedo, agente de viagens no Faial, disse não compreender que
os passageiros cheguem à ilha, em pleno verão, apenas com a roupa que
têm vestida, alertando para a má imagem que esta situação representa do
destino Açores.“Sinceramente não vemos
explicações para o que está a acontecer”, lamentou o empresário, em
declarações à Lusa, recordando que alguns voos com destino à Horta
colocaram combustível à chegada, o que significa que não terão atestado
em Lisboa.Na sua opinião, os passageiros
deviam ser informados à partida da possibilidade de a sua bagagem não
seguir no mesmo avião, permitindo que pudessem optar por colocar alguns
artigos essenciais entre a bagagem de mão, evitando contratempos no
destino.“Ainda nestes dias tive uma
situação bastante desagradável com um grupo de 70 espanhóis, que vieram
ao Faial, especificamente para um casamento, e que não tiveram a
indumentária que pretendiam para participar nesse ato”, recordou António
Macedo.Dejalme Vargas, responsável pelo
grupo de cidadãos “Aeroporto da Horta”, considerou também que a imagem
do Faial está a ser “fortemente penalizada” pela SATA, ao deixar,
sucessivamente, para trás a bagagem dos passageiros com destino à Horta.“Há
pessoas que vêm ao Faial por cinco dias e que só recebem a bagagem ao
quarto dia e até pessoas que só após regressarem é que recebem as suas
malas”, relatou Dejalme Vargas, lamentando que a situação ocorra apenas
no Aeroporto da Horta, que é gerido pela ANA/VINCI.Confrontada
com estas críticas, a SATA justificou a retenção de bagagem no
Aeroporto de Lisboa, nos voos para a Horta, com as condições
meteorológicas adversas que se fizeram sentir nos últimos dias nos
Açores e com as condicionantes da pista.“Esta
circunstância, alheia à companhia aérea, obrigou a conceder no
transporte de bagagem e carga para salvaguarda da segurança da operação
aérea, tendo em conta a necessidade de assegurar o abastecimento de
combustível adicional”, adiantou a empresa, em comunicado.Apesar
de estar consciente do incómodo que estas situações causam aos
passageiros, a SATA acrescentou ainda que procurou assegurar que a
entrega das bagagens em falta fosse garantida “na primeira
oportunidade”, de preferência no dia imediatamente a seguir ao voo em
que ocorreu a irregularidade.A SATA já
realizou, entretanto, um voo extraordinário entre Ponta Delgada e a
Horta durante este fim de semana e prevê realizar um segundo voo só para
transportar a bagagem retida no Aeroporto de Lisboa.