Autoridades explicam obrigação de teste para entrar no território continental
Covid-19
30 de nov. de 2021, 18:52
— Lusa/AO Online
“O aeroporto é um ponto sensível
de entrada de pessoas em Portugal e, em vez de ser visto como ameaça,
deve ser visto como uma oportunidade de controlo de cadeias de
transmissão do vírus em Portugal”, afirmou Bruno Castro, médico
especialista em Saúde Pública da ARSLVT, numa conferência de imprensa
realizada no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.Bruno
Castro continuou a explicação das novas regras devido ao agravamento da
situação epidemiológica da covid-19 - sobretudo por causa da nova
variante Ómicron, detetada originalmente na África do Sul e que já
regista 13 casos em Portugal -, vincando ainda que “todos os outros
procedimentos já em articulação serão reforçados, para este objetivo
derradeiro de não importar novas cadeias de transmissão” do vírus
SARS-CoV-2.“A partir das 00:00, todos os
cidadãos terão de apresentar um teste no momento do embarque. Se este
teste não for apresentado, o passageiro pode não embarcar e as
companhias aéreas estarão sujeitas a coimas. Também há a recomendação do
preenchimento do Passenger Locator Form (formulário de localização do
passageiro) para uma atuação mais célere e eficiente das autoridades de
saúde”, declarou.Além das companhias
aéreas, que podem incorrer numa multa entre 20.000 e 40.000 euros por
passageiro, os viajantes são também alvo de uma contraordenação por não
apresentarem teste à chegada, que pode ir entre os 300 e os 800 euros. Todos
os passageiros provenientes de voos internacionais, independentemente
de possuírem certificado de vacinação são obrigados a apresentar um
teste negativo de diagnóstico à covid-19 no momento do embarque, sendo
também uma exigência para todos os cidadãos residentes em Portugal.Os
viajantes com certificado de recuperação da covid-19, que tem uma
validade de seis meses, não precisam de apresentar teste negativo à
chegada a Portugal.Segundo as novas
medidas a serem aplicadas nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro a
partir de quarta-feira e que se prolongam até 09 de janeiro de 2022, os
passageiros devem apresentar no momento do embarque um teste PCR (teste
molecular para detetar a presença de fragmentos genéticos do vírus) ou
um teste rápido de antigénio (TrAg) realizados 72 ou 48 horas,
respetivamente, com antecedênciaO diretor
do aeroporto Humberto Delgado, Rui Alves, avançou que estão isentos
deste procedimento os passageiros de voos domésticos, os menores de 12
anos e as tripulações.A PSP vai fazer o
controlo dos passageiros provenientes de voos com origem no espaço
Schengen e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras dos viajantes oriundos
do espaço não Schengen.Rui Alves revelou que a ANA contratou uma empresa de segurança privada para verificar a exigência de comprovativo de teste.Pedro
Pinho, diretor de segurança aeroportuária do Comando Metropolitano de
Lisboa da PSP, especificou que todo o processo vai ser realizado por
vigilantes de uma empresa de segurança privada contratada, competindo à
PSP e SEF fazer a supervisão e o apoio.Este
oficial da PSP afirmou que “o controlo total dos passageiros” nos
aeroportos tem de ser feito com o apoio de uma empresa de segurança,
justificando esta contratação com o facto das forças de segurança
conseguirem “ter a operação aeroportuária em funcionamento”. “Este
controlo de passageiros não pode impedir que uma aeronave aterre ou
levante. Esta operação é mais uma que vamos desempenhar de acordo com
todas as rotinas diárias”, disse, frisando que a empresa de segurança “é
contratada de acordo com a resolução do conselho de ministro e é um
trabalho que vai ser supervisionada pelas forças e serviços de
segurança”.Pedro Pinho afirmou também que
os passageiros que chegarem a Portugal sem teste ou certificado de
recuperação vão ter de fazer um teste no aeroporto e aguardar pelo
resultado, sendo alvo de um auto de notícia.Caso
o teste seja positivo, a autoridade de saúde é notificada e o
passageiro vai esperar isolado numa sala até que haja uma decisão sobre o
local de destino e a forma como é transportadaO
diretor do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, explicou que os
passageiros dos voos Schengen vão receber uma pulseira após terem feito
um controlo na área pública de chegadas.Por
sua vez, os viajantes de fora do espaço Schengen vão ter um controlo
prévio para verificação do teste negativo antes do controlo de
passaportes. “Para evitar que haja um
duplo controlo, no interior do terminal e cá fora, vamos entregar a cada
passageiro que demonstre ter a documentação exigida uma pulseira que
será identificada cá fora e esses passageiros serão tirados do percurso
onde vão ser controlados”, disse Rui Alves.