Autoridade Palestiniana responsabiliza EUA por sangue derramado em Gaza
Israel
9 de dez. de 2023, 15:34
— Lusa /AO Online
Abbas descreveu a posição norte-americana como imoral num comunicado divulgado pelo seu gabinete em Ramallah e citado pela agência francesa AFP.Considerou Washington “responsável pelo derramamento de sangue de crianças, mulheres e idosos palestinianos na Faixa de Gaza às mãos das forças de ocupação israelitas”.Os Estados Unidos vetaram na sexta-feira uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que apelava para um cessar-fogo entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas em Gaza, em guerra desde 07 de outubro.A resolução resultou do facto de o secretário-geral da ONU, António Guterres, ter invocado pela primeira vez o artigo 99.º da Carta das Nações Unidas.O artigo em causa permite ao secretário-geral chamar a atenção do Conselho de Segurança para uma questão que pode pôr em perigo a paz e a segurança internacionais.Abbas tinha apelado horas antes da votação de sexta-feira aos membros do Conselho de Segurança para que aprovassem a iniciativa de Guterres, que elogiou.No comunicado divulgado hoje não poupou nas palavras e acusou os Estados Unidos de serem parceiros de Israel nos “crimes de genocídio, limpeza étnica e guerra” cometidos em Gaza, na Cisjordânia ocupada ou em Jerusalém.“Esta política está a tornar-se um perigo para o mundo e uma ameaça para a paz e a segurança internacionais”, acrescentou Abbas, 88 anos, Presidente da Autoridade Palestiniana com sede na Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.A resolução da ONU, que surge mais de dois meses após o início da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em solo israelita, recebeu 13 votos a favor e a abstenção do Reino Unido.Sendo um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, juntamente com China, França, Reino Unido e Rússia, os Estados Unidos podem vetar qualquer resolução.O primeiro-ministro palestiniano, Mohammed Shtayyeh, já tinha descrito o fracasso na ONU como uma vergonha e como “mais um cheque em branco dado ao Estado ocupante para massacrar, destruir e deslocar”.O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Eli Cohen, afirmou que um cessar-fogo “evitaria o colapso da organização terrorista Hamas”, o objetivo declarado das operações israelitas em Gaza.As estruturas do Hamas publicaram hoje um balanço global de 17.490 pessoas mortas pelos bombardeamentos israelitas contra a Faixa de Gaza.O ataque do Hamas sem precedentes em solo israelita, em 07 de outubro, matou 1.200 pessoas, segundo as autoridades israelitas.