Autoridade de Saúde dos Açores rejeita perda de credibilidade devido a falha de comunicação
Covid-19
23 de abr. de 2020, 09:12
— Lusa/AO Online
“Tendo sido identificados e
tendo sido colocados na unidade hoteleira, é porque, efetivamente, o
sistema funcionou e conseguimos localizá-los e trazê-los na mesma para a
unidade hoteleira para agora aguardarmos o resultado da sua análise
laboratorial”, afirmou Tiago Lopes.Dois ex-reclusos libertados de um
estabelecimento prisional no continente português não ficaram em
confinamento numa unidade hoteleira à chegada à ilha de São Miguel, como
os restantes passageiros que aterram na região, com autorização do
delegado de Saúde de Ponta Delgada, tendo-se deslocado à vila de Rabo de
Peixe, no concelho da Ribeira Grande.A
falha foi, entretanto, detetada e os homens foram conduzidos pela PSP ao
hotel, mas na terça-feira Tiago Lopes admitiu tratar-se de outros dois
ex-reclusos, libertados do Estabelecimento Prisional de Angra do
Heroísmo, que tinham testado positivo por Covid-19.A
correção da informação transmitida só foi feita ao final da noite de
terça-feira e na manhã de quarta-feira o executivo açoriano exonerou o delegado de
saúde.Questionado sobre uma possível perda
de credibilidade das autoridades de saúde e policiais face a este
episódio, o responsável disse que se as autoridades não tivessem agido
os dois ex-reclusos “estariam a monte”, em paradeiro desconhecido.“Temos de aprender com esse erro e seguir em frente”, sublinhou.Segundo
Tiago Lopes, a autorização para que não fossem submetidos a
confinamento numa unidade hoteleira terá sido dada com base na prestação
de falsas declarações por parte dos ex-presos.“Apesar
de terem afirmado que tinham feito o teste de diagnóstico no
continente, o mesmo não se verificou e, por essa via, não poderia ser
dada a autorização para não fazerem o cumprimento da quarentena”,
explicou.Interrogado sobre a transposição
das barreiras dos cercos sanitários de Ponta Delgada e Ribeira Grande,
na ilha de São Miguel, o responsável da Autoridade de Saúde Regional
disse que a situação estava a ser apurada junto das forças de segurança,
para “prevenir a sua ocorrência num futuro próximo”.“Terão chegado por outras vias de circulação que não aquelas que estão a ser controladas”, admitiu.Os
dois ex-reclusos, que foram libertados ao abrigo do perdão de penas,
serão agora submetidos a testes de despiste de infeção pelo novo
coronavírus.