Autores portugueses lançam campanha nas redes sociais contra pirataria de livros
11 de dez. de 2023, 18:23
— Lusa
Ana
Bárbara Pedrosa, Filipa Martins, Hugo Gonçalves, Miguel d'Alte, Susana
Moreira Marques e Tânia Ganho são alguns dos escritores que se juntaram à
Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) nesta
sensibilização pública, segundo informação divulgada pelos próprios
autores.No vídeo partilhado nas redes
sociais, cada autor surge a dizer o título de um dos seus livros que já
foram pirateados, como é o caso de “Revolução”, de Hugo Gonçalves,
“Apneia”, de Tânia Ganho, “Lenços Pretos, Chapéus de Palha e Brincos de
Ouro”, de Susana Moreira Marques, “O dever de deslumbrar – Biografia de
Natália Correia” e “Amor estragado”, de Ana Bárbara Pedrosa.“Olho
da rua”, de Dulce Garcia, “Os crimes do verão de 1985”, de Miguel
d’Alte, “A devastação”, de Helena Magalhães, “Enquanto o fim não vem”,
de Mafalda Santos, “Os flamingos também sonham”, de Miguel Jesus, “E se
eu morrer amanhã?”, de Filipa Fonseca Silva são outras das obras
citadas.Os promotores justificam a
iniciativa com o “crescimento imensurável da pirataria em Portugal”, a
que se assistiu nos últimos meses, “fomentada por centenas de grupos em
aplicações como o Discord, Telegram, Whatsapp, e as próprias comunidades
no Instagram e no Facebook, onde os livros em ‘ebook’ circulam
livremente.Os autores uniram-se nesta
campanha à APEL que tem trabalhado ativa e continuamente com a Polícia
Judiciária e com entidades próprias que têm capacidade jurídica de
fechar grupos e ‘sites’ de pirataria, esclarece o comunicado.Apesar
deste esforço, “a verdade é que estes [grupos e sites] continuam a
nascer diariamente e chegam a ter mais de 20.000 utilizadores”,
acrescenta.Esta campanha de sensibilização
inclui um texto que será publicado na terça-feira nas redes sociais, no
qual se diz que “cada vez que se lê ou se partilha uma cópia pirata,
está-se a impedir o autor de ser remunerado e de continuar a escrever”,
porque “por detrás de cada livro pirateado, há um autor que dedica a sua
vida a esse ofício e cujo trabalho deve ser valorizado e respeitado”. Os
escritores alertam para o “impacto incalculável” que o acesso
inesgotável a cópias piratas tem no circuito livreiro, prejudicando não
só todos os envolvidos na cadeia, dos editores às livrarias, mas
sobretudo nos próprios autores.O texto
chama ainda a atenção para o facto de as cópias piratas afetarem também o
tempo de vida que os livros têm nas livrarias, já que a média de vendas
ronda os 250 exemplares, enquanto nas aplicações ‘online’, circula
entre milhares de utilizadores um número incontável de livros
pirateados.Com esta ação de
sensibilização, os autores pretendem também reforçar o diálogo em torno
do acesso à cultura e do desenvolvimento de medidas que façam com que a
pirataria não seja a única opção.“Se estamos aqui é porque todos amamos a literatura. Mas a pirataria leva à sua extinção”, alertam.