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Autárquicas: Chega pergunta se presidente de Ponta Delgada fica como vereador em caso de derrota

O candidato do Chega à presidência da Câmara de Ponta Delgada questionou o líder do município e recandidato a segundo mandato, Pedro Nascimento Cabral (PSD), se fica no executivo como vereador em caso de derrota eleitoral.



Autor: Lusa

“Ele [Pedro Nascimento Cabral] tem coragem política para, no dia a seguir a perder as eleições, se sentar na oposição como vereador? É que eu tenho dificuldade em acreditar que ele vai fazer isto”, disse José Pacheco à agência Lusa, durante uma ação de campanha no Mercado da Graça, no centro histórico de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Após referir que, se fosse o seu caso, tinha coragem e “humildade suficiente” para assumir o lugar de vereador em caso de derrota, voltou a questionar: “Pedro Nascimento Cabral vai sentar-se na cadeira da oposição ou vai-se pôr em casa ou no seu escritório a trabalhar? Parece-me que é o mais certo”.

“Nós, na política, não podemos andar a brincar às apanhadas, ou somos ou não somos, ou defendemos ou não defendemos. Só para mandar, não falta aí gente na rua. Nós precisamos de gente com humildade para governar, não para mandar”, afirmou o candidato do Chega.

A forma como o atual líder da autarquia de Ponta Delgada conduziu o processo de reabilitação do Mercado da Graça - que regressou à praça principal a 25 de setembro, após obras de requalificação, sendo que durante quatro anos os comerciantes estiveram concentrados no piso inferior do edifício, que habitualmente serve de parque de estacionamento - também mereceu reparos de José Pacheco.

“Se o Chega estivesse na Câmara, este processo não tinha acontecido. Por uma razão muito simples, eu não sou homem de empatar e, muito menos, a vida das pessoas. Isto foi uma pouca vergonha que se fez aos comerciantes e aos utilizadores deste mercado. Eu disse muito frontalmente ao Pedro Nascimento Cabral, quando não tivesse condições de abrir o mercado, eu arrancava a cobertura toda e deixava as pessoas trabalhar, e havia de se arranjar uma solução”, afirmou.

Disse que o processo da obra, que durou vários anos, “é uma anedota”, dado que se tratou de colocar uma “simples cobertura” no Mercado da Graça, concluindo que o atual autarca irá “sair pela porta pequena”, porque “não tem um plano para Ponta Delgada”.

Na opinião de José Pacheco, é preciso atrair comerciantes para Ponta Delgada, “mas os comerciantes a sério, não são as grandes empresas”.

“Nós precisamos de gente, de famílias que abram negócios, precisamos de taxas mais baixas, de incentivos, da modernização do comércio tradicional, de ir para as redes sociais, para as plataformas digitais, precisamos de retirar a carga burocrática de cima dos empresários”, defendeu.

Também salientou a necessidade de a maior autarquia dos Açores cativar jovens e de o município facilitar a sua instalação com isenção de taxas e um gabinete de apoio.

Concorrem à Câmara Municipal de Ponta Delgada nas eleições de 12 de outubro Isabel Almeida Rodrigues (Unidos por Ponta Delgada - coligação PS, BE, PAN e Livre), Sónia Nicolau (Ponta Delgada Para Todos - independente), Pedro Nascimento Cabral (PSD, que se recandidata a um segundo mandato), Alexandra Cunha (IL), José Pacheco (Chega), Henrique Levy (CDU - coligação PCP/PEV) e Rui Matos (ADN).

No atual executivo camarário, o PSD tem cinco elementos e o PS quatro.