Autarcas surpreendidos com fecho temporário de posto da GNR na ilha Graciosa
23 de ago. de 2024, 16:32
— Lusa
O presidente da
Junta de Freguesia de São Mateus, Manuel José Ramos, que denunciou esta
semana a situação, disse à agência Lusa que o posto da GNR fechou este
mês e a autarquia não foi informada, desconhecendo “se o encerramento é
só por um momento ou [se ocorre] definitivamente”.Também
o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa, António
Reis (PSD), contactado pela Lusa, indicou não ter “qualquer informação
oficial” sobre o assunto, adiantando que pretende questionar a GNR.Numa
resposta por escrito enviada à Lusa, a GNR esclareceu que o Posto
Territorial da Praia “foi temporariamente deslocalizado”, para que sejam
realizadas obras de reparação do edifício que se encontra degradado.“O
Posto Territorial da Praia carece de obras de reparação e manutenção de
modo a garantir a dignidade funcional a todos os cidadãos, bem como as
necessárias condições de serviço e bem-estar dos militares que ali
prestam serviço”, justificou a GNR.Segundo
a GNR, o Comando Territorial dos Açores dispõe de duas infraestruturas
na ilha Graciosa, designadamente o Posto Territorial da Praia,
localizado em São Mateus, e um edifício em Santa Cruz da Graciosa, “que
estava afeto a casa de função”. “Assim, e
dado que o edifício afeto a casa de função foi objeto de obras de
reparação, adaptação e manutenção, o posto foi temporariamente
deslocalizado, para que se pudessem efetuar as obras necessárias no
Posto Territorial da Praia”, acrescentou.A GNR garantiu ainda que “tudo fará para cumprir a sua missão e servir a população naquele local”.À
Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa
reconheceu que o edifício “estava a precisar de obras e de uma
intervenção a sério”, dado que “não tinha manutenção há muitos anos”.“Vamos
fazer pressão para que as obras aconteçam o mais rapidamente possível,
porque faz mais falta os militares da GNR estarem sedeados na freguesia
de São Mateus, onde há o porto de pescas, o porto comercial”, alegou
António Reis.O porto, notou, tem “muita circulação de embarcações de uma ilha para outra" e, por vezes, podem existir "pequenos desacatos”.O
presidente da Junta de Freguesia de São Mateus, Manuel José Ramos,
também lamentou que a autarquia não tenha “qualquer informação” oficial
da GNR sobre o assunto e disse que apenas assistiu ao encerramento do
posto que funciona naquele edifício “há mais de meio século”.“É
claro que [o imóvel do posto da GNR] precisa de obras de reabilitação,
mas a nível oficial não temos qualquer informação. O que vimos foi a
porta fechar sem qualquer esclarecimento. Não sabemos se o encerramento é
só por um momento ou [se ocorre] definitivamente”, lamentou,
salientando que “embora o efetivo que ali estava não fosse muito grande,
transmitia segurança às populações e era uma forma de haver um socorro
rápido, caso fosse necessário”.“A nossa
função é alertar”, acrescentou, adiantando que vai apresentar o assunto à
ministra da Administração Interna e aos deputados da República eleitos
pela Região Autónoma dos Açores.