Autarcas preocupados com falta de abastecimento marítimo às Flores
16 de dez. de 2022, 16:29
— Lusa/AO Online
Na
quinta-feira, o navio que abastece a ilha não conseguiu descarregar a
mercadoria porque o porto está “praticamente sem quebra-mar”, após a
destruição de 2019 feita pelo furação Lorenzo ter sido agravada pela
tempestade de sábado.O diretor regional da
Mobilidade adiantou à Lusa que "na próxima quarta-feira", o navio
"deverá voltar outra vez às Flores" para uma nova tentativa de
atracagem.Rui Coutinho disse também que
"além do voo normal de hoje, que transporta bens perecíveis, a SATA vai realizar, esta tarde, um voo de reforço com
800 quilos de bens perecíveis para a população da ilha das Flores.Contactado
pela Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores
afirmou que o constrangimento na operação do navio que abastece a ilha,
devido ao mau tempo, "é uma situação que preocupa muito"."Os comerciantes estão preocupados, nós estamos preocupados e as pessoas estão preocupadas", sustentou José Carlos Mendes (PS).O
autarca disse que o voo de reforço, previsto para esta tarde, "não
representa rigorosamente nada", ainda para mais numa época de Natal,
quando "as encomendas são reforçadas"."Os
contentores estão em São Miguel. O barco só deverá voltar às Flores na
quarta-feira. Ainda não faltam bens de primeira necessidade mas, a
partir de agora, as coisas vão começar a ficar mais difíceis",
considerou o presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores.Lembrando
que está em causa o único porto comercial da ilha, o autarca assinalou
que a ponte-cais "necessita de uma proteção para se poder operar" com
mau tempo."O porto foi destruído há três
anos e levamos três anos a fazer a ponte-cais, mas no inverno o mar não
está calmo", alertou, referindo-se à destruição da infraestrutura
portuária, na sequência da passagem, em 2019, do furacão Lorenzo.Também o presidente da Câmara Municipal das Lajes das Flores disse estar "a acompanhar a situação"."O problema é o estado do mar, uma vez que o porto foi reaberto", referiu à Lusa o autarca Luís Maciel (PS). Segundo o autarca, devido ao mau tempo a ilha "é pontualmente" afetada com "a falta de alguns bens"."Mas
esta situação acontece ocasionalmente. E, agora é natural que haja
rotura de algum bem. Mas os bens essenciais não estão a faltar e há
garantia do Governo de acionar outros meios", sustentou Luís Maciel.