Autarca do Corvo rejeita acusações do PPM sobre gestão dos recursos hídricos
14 de nov. de 2018, 14:32
— Lusa/AO Online
“Estamos
em meados de novembro e a chuva teima em não cair. E, infelizmente no
Corvo, tornou-se muito mais claro do que nas outras ilhas onde,
entretanto, já estão repostas as quantidades mínimas necessárias”,
afirmou José Manuel Silva à agência Lusa.O
deputado do PPM no parlamento dos Açores, Paulo Estêvão, entregou hoje
um projeto de resolução que pretende "obrigar" o Governo Regional a
implementar com "urgência" medidas de combate à atual situação de
escassez de água no Corvo.“Isto
irá permitir que este assunto seja debatido no parlamento regional. Vou
pedir urgência e deverá ser discutida no plenário que se inicia em 15
de dezembro”, afirmou o deputado, em conferência de imprensa, na
delegação de São Miguel do parlamento açoriano.Paulo
Estêvão lembrou que, desde "maio, que foi alertada a opinião pública"
para "o colapso no abastecimento público de água à população" da mais
pequena ilha dos Açores e para "o uso agrícola".Os
monárquicos advogam ter alertado "repetidamente, ao longo do último
ano, a Câmara do Corvo, o Governo Regional e a opinião pública para as
"consequências potencialmente devastadoras" do que dizem ser um "acordo
de cavalheiros” existente entre o município e o consórcio Somague-Ediçor
Engenharia, S.A., que “permitiu a esta empresa retirar gratuitamente
milhares de litros diários de água dos reservatórios agrícolas e das
lagoas artificiais" que abastecem a vila e os cidadãos da ilha com cerca
de 450 habitantes.Na
resposta, o autarca socialista disse que o local de recolha de água "é
de acesso a qualquer pessoa, inclusivamente aos lavradores".“Essa
não é água da rede pública”, sustentou José Manuel Silva, alegando que a
câmara "já foi indemnizada em espécie pela cedência da utilização de
uns terrenos junto à praia e parque de campismo que foram usados nas
obras" de construção do prolongamento do molhe do cais e alargamento da
plataforma do Porto da Casa.“Isto
sim fazia parte do acordo de cavalheiros”, salientou, referindo que os
cortes no abastecimento de água, em vigor em 14 das 24 horas do dia, não
foram implementados "porque a autarquia quis", mas para evitar roturas.
"A
pluviosidade deste ano foi atípica em todas as ilhas. Durante as 24
horas do dia, parte destes cortes são quase no período da noite. Mas, há
pessoas que parece que querem é que aconteça uma desgraça, já que
deixam as torneiras a correr água toda a noite", apontou o autarca.