Autarca de Vila Franca do Campo defende roteiro dos fortes de São Miguel
16 de ago. de 2024, 09:47
— António Sá Rodrigues/Lusa/AO Online
Segundo Ricardo
Rodrigues (PS), a autarquia já tentou no passado uma candidatura com
esse objetivo, mas não teve sucesso, daí que volte a defender a sua
realização.“As ilhas têm todas fortes e
tentámos candidatar isso juntamente com outros municípios a um programa
que fizesse esse estudo. Infelizmente, essa candidatura não foi
aprovada, mas vamos insistir para que se conheçam todos os fortes da
ilha de São Miguel”, disse à agência Lusa.O
autarca apontou que as antigas estruturas defensivas da ilha são
conhecidas, mas considera importante que se faça um estudo integrado de
todas e das suas posições: “Estou certo de que os meus colegas
[autarcas] também vão aceitar essa proposta.”“Aliás,
primeiro fiz [a candidatura] com a [Câmara Municipal da] Lagoa, para
fazermos os dois concelhos, mas, infelizmente, não foi aprovada por
fundos que pudessem financiar esse estudo. Vamos insistir e naturalmente
que um dia será aprovada, porque isso é interessante para todos nós,
para a ilha e para todos aqueles que nos visitam”, sublinhou.Ricardo
Rodrigues defende “uma divulgação integrada de todos os fortes, das
suas posições”, dado que de alguns “já só existem pequenos vestígios”, e
a autarquia que lidera pretende estudar e investigar mais.“Mas isso fazia sentido em conjunto com mais municípios, para termos uma ideia geral da fortificação da ilha”, insistiu.O
autarca admite que a apresentação de uma candidatura ainda possa
ocorrer no atual mandato (haverá eleições autárquicas em 2025), pois o
seu município está a dar “passos significativos nesse caminho”.“Não
é para desistir. Tudo o que tem a ver com a nossa identidade e com o
conhecimento das nossas raízes penso que é sempre um caminho seguro de
trilhar”, afirmou.Na ilha de São Miguel estão identificadas 33 fortificações, que foram construídas entre os séculos XVI e XIX.No
concelho de Vila Franca do Campo conhecem-se registos de cinco zonas
fortificadas, num total de seis fortes, e apenas se preservam vestígios
de três, segundo informação municipal.De
acordo com a fonte, durante a II Guerra Mundial, Vila Franca do Campo
teve posições de metralhadoras no forte do Tagarete, na praia de Água
d’Alto e na praia da Vinha d’Areia.Escavações
arqueológicas que terminam na sexta-feira no forte do Tagarete
revelaram a existência de uma nova configuração do abrigo de
metralhadora ligeira da Segunda Guerra Mundial, datado de 1941, que
difere da documentação histórica.Em 2023, o município anunciou que os fortes do Tagarete e do Corpo Santo foram reconstruídos virtualmente.“Tratou-se
de uma necessidade em virtude do contexto. O forte do Tagarete é uma
das poucas fortificações que ainda conservam parte da sua estrutura
original, mas quem for à zona vê a estrutura um pouco engolida pela
envolvência do cais e da atividade piscatória”, explicou o coordenador
do projeto, o arqueólogo municipal Diogo Teixeira Dias.O
objetivo, contou, foi que as pessoas percebessem a história do espaço,
“o que é que ele é, como é que ele foi e o que se preservou até aos dias
de hoje - refletir sobre o que foi o forte e refletir sobre o que
querem que ele seja no futuro”.