Autor: Lusa/AO Online
“A
câmara, a devido tempo, solicitou ao Governo Regional a transferência
destes imóveis para o seu património. O Governo Regional, apesar de ter
dito que sim, não concretizou a transferência. É uma pena estes
edifícios estarem assim. São do Governo Regional e era bom que o Governo
Regional também usasse algum do seu Plano de Recuperação e Resiliência
(PRR) e que o pusesse aqui”, afirmou Álamo Meneses aos jornalistas.
Em
causa estão seis habitações construídas para acolher os médicos do
hospital militar da Terra Chã, que funcionou entre 1943 e 1975.
Quando
as instalações do hospital passaram a acolher o campus de Angra do
Heroísmo da Universidade dos Açores, as casas passaram a ser habitadas
por docentes.
Desde que a universidade foi transferida para as novas instalações, as habitações estão fechadas e já foram vandalizadas.
Numa das moradias, foi escrito a grafíti “Estamos abandonadas. Não há PRR (da) câmara”.
O
presidente do município, Álamo Meneses, garantiu numa visita
ao local, que a autarquia tinha intenção de as recuperar e chegou a
encetar contactos com o executivo açoriano, quando estava a
preparar o processo de candidaturas ao PRR para recuperar e construir
novas habitações no concelho.
As
candidaturas já estão fechadas, mas o autarca garante manter o interesse
na recuperação das habitações e na construção de outras nos terrenos
adjacentes, para as colocar à venda a preços controlados ou com rendas
apoiadas.
“Mesmo sem possibilidade de
colocar no PRR, porque o prazo já acabou, temos a possibilidade de as
recuperar, assim queira o Governo transferir estas casas para o
património da câmara”, reforçou.
Questionado sobre as palavras escritas numa das habitações, o autarca disse compreender a indignação dos munícipes.
“É
uma justa indignação de alguém que provavelmente tem dificuldades em
conseguir habitação e vê aqui seis belíssimas casas neste estado. Também
me apeteceu escrever isto”, apontou.
Questionada
pela Lusa, fonte da direção regional da Habitação do executivo açoriano
confirmou que existiram contactos entre o município e o Governo
Regional.
No entanto, segundo a mesma
fonte, a antiga gestão do Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha
Terceira (Terinov), que agora ocupa as antigas instalações da
Universidade dos Açores, “uniu os artigos das habitações num único
artigo e isso impossibilitou uma candidatura ao PRR”.