Autarca de Angra do Heroísmo admite necessidade de obras nas ribeiras
18 de jun. de 2019, 08:59
— Lusa/AO Online
“O que tem de ser
feito é o aprofundamento do leito da ribeira e a remoção de muitos dos
muros, de maneira a criar uma secção de vazão maior. As ribeiras estão
constrangidas pelas casas, pelos muros, pelos caminhos, estão reduzidas a
uma secção que não corresponde às necessidades”, afirmou o autarca
Álamo Meneses, em declarações à Lusa.No
domingo ao final do dia, a chuva intensa e o vento provocaram estragos
nas estradas, quedas de árvores, transbordos de ribeiras e inundações em
habitações na ilha Terceira, sobretudo na zona oeste.No
concelho de Angra do Heroísmo, nove pessoas tiveram de ser realojadas
em casas de familiares, mas, segundo Álamo Meneses, a maior parte das
situações está “resolvida”.“Estão a ser
feitas as limpezas e nós estimamos que uma parte importante dessas
pessoas já hoje possam regressar à sua habitação”, revelou.O
presidente do município de Angra do Heroísmo justificou os estragos
causados com o facto de se ter feito sentir uma “chuvada excecional”,
mas também com a “falta de capacidade dos leitos” das ribeiras e com a
existência de ruas em locais que antes eram “grotas”.“Isto
tem a ver com a própria estrutura do povoamento e com a orografia. É
claro que há questões que se podem fazer, mas estamos a falar em
intervenções estruturais, que têm a ver com novas vias e com o desvio de
cursos de água. Estamos a falar de coisas de grande dimensão”, apontou.Álamo
Meneses sublinhou que “todas as linhas de água estavam impecavelmente
limpas e em funcionamento”, alegando que o problema foi a falta de
capacidade dos leitos das ribeiras, sobretudo junto às pontes, que em
muitos casos foram projetadas. O autarca,
que é engenheiro civil e doutorado em ambiente, admitiu a intervenção da
autarquia em ribeiras, em colaboração com o Governo Regional.“Vamos
ter de, em colaboração, tentar resolver este problema, mas há aqui
investimentos que têm de ser feitos por todas as administrações, porque
isto é uma questão transversal. Quer na zona municipal, quer nas outras
zonas, há, de facto, problemas de constrangimentos que têm de ser
resolvidos”, avançou.Além dos estragos
provocados pelas inundações em centenas de habitações na zona oeste da
ilha Terceira e nas colheitas de milho dos agricultores, a chuva causou
também fissuras em várias estradas municipais e caminhos agrícolas.O autarca de Angra do Heroísmo disse que os prejuízos são “extensos”, mas considerou “prematuro” avançar com um valor.“Não
é fácil fazer uma estimativa, porque o setor mais atingido é o setor
agrícola, portanto, ainda não foi possível fazer isso”, apontou.Questionada
pela Lusa, fonte oficial da Secretaria Regional da Agricultura e
Florestas disse que estava ainda a decorrer um “levantamento exaustivo”
dos prejuízos.