Autarca critica “péssima investigação" sobre reconstrução de casas
Pedrógão Grande
26 de out. de 2020, 17:25
— Lusa/AO Online
“[As acusações] não são fundamentadas. Foi uma
péssima investigação feita pelo Ministério Público e pela Polícia
Judiciária. Aliás, o tribunal vai ter ocasião de observar isso. Mantenho
que não houve irregularidades”, disse Valdemar Alves, antes do início
da sessão do julgamento, que decorreu hoje no Auditório Municipal de
Pombal, devido ao número elevado de participantes no contexto da
pandemia da covid-19.Sublinhando que se
mantém de “consciência tranquila”, o autarca lamentou que “as pessoas
que ficaram sem as suas casas estejam agora aqui como arguidas”.Valdemar Alves considerou ainda que irá “fazer-se justiça” e “o julgamento vai tratar disso”.“Além
dos mortos, desde que começaram as falsas denúncias”, todo “aquele
aparato da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas terras de
Pedrógão foi mais aterrorizante do que os fogos”, acrescentou.Questionado
se o julgamento faz sentido, o autarca afirmou que não tem problema em
estar presente, uma vez que “estão a tentar incriminar tanta gente a
quem lhes ardeu a casa”.Já sobre a
alegação de ter verificado apoios à reconstrução de casas inabitadas,
que arderam no incêndio de 17 de junho de 2017, Valdemar Alves foi
perentório: “Isso é o senhor quem o diz. Não é aqui que estamos em
julgamento. Este é o primeiro dia de muitos dias e no final cá estaremos
todos, e os senhores também, para poderem depois falar com mais
dignidade.”O incêndio, que deflagrou em 17
de junho de 2017, em Escalos Fundeiros, no concelho de Pedrógão Grande,
distrito de Leiria, e que alastrou depois a concelhos vizinhos,
provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, tendo
destruído cerca de 500 casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50
empresas.