Aumentos para militares não prejudicam novas missões no estrangeiro
2 de ago. de 2024, 16:16
— Lusa/AO Online
“Estabelecemos
uma prioridade, os homens e as mulheres das Forças Armadas, e os
aumentos que decidimos foram justos e, na verdade, só pecam por tardios.
Dito isto, não, não prejudica nenhumas missões futuras”, garantiu Nuno
Melo aos jornalistas, em Monte Real, Leiria, após ser questionado se o
orçamento das Forças Armadas ficará debilitado com aqueles aumentos.À
margem da cerimónia de receção da força nacional destacada no teatro de
operações da Lituânia, no âmbito da missão ‘Enhanced Air Policing 2024’
da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, na sigla em
inglês), o ministro anunciou que, em 2025, haverá outro destacamento com
quatro aeronaves F-16 e perto de 80 militares na Estónia.“O
compromisso de Portugal com os Aliados e o papel de Portugal na NATO é
para manter e para ser reforçado”, assegurou, reiterando que “o
compromisso do Governo é até o de aumentar o investimento nas Forças
Armadas até 2% do Produto Interno Bruto em 2029, faseadamente”.Nesse
sentido, haverá nos próximos anos “mais investimento, nas pessoas, nos
militares e também em tudo aquilo que são prioridades que estão
identificadas nas Forças Armadas”.O
ministro da Defesa Nacional reconheceu ainda que existem “problemas de
recrutamento e de retenção” de militares, precisando que “entre 2015 e
2024 houve uma redução de cerca de 20% do efetivo”.“No
entanto, também sabemos porque é que isso acontece e as medidas que
tomámos destinaram-se a dar resposta a algumas dessas razões, eu diria
até às principais das razões que estão identificadas”, apontou,
elencando as medidas tomadas pelo Governo, como o aumento do suplemento
da condição militar, dos salários, Nuno
Melo referiu que “há outros problemas que estão identificados e
justificam muitas das saídas dos militares”, como o custo do alojamento,
pelo que foi aumentado o “suplemento destinado à residência”,
enumerando outros aumentos.“Isto não afeta
missões, nem coisa nenhuma das Forças Armadas, muito pelo contrário”,
afiançou, defendendo que com “militares mais motivados” consegue-se “ter
muito melhor desempenho e principalmente tem um Estado a fazer justiça,
como é suposto”.Para o governante, “hoje,
os militares têm melhores condições para aderir, cumprir o seu sonho de
vida nas Forças Armadas e, já agora, para ficar”.Sobre
as críticas da alegada ausência de envolvimento das associações nas
medidas de valorização salarial para os militares, respondeu: “Se tiver
de ouvir críticas porque aumentei salários e suplementos fico muito
satisfeito com isso”. Segundo o ministro,
as associações foram ouvidas e vão voltar a ser ouvidas, assim como as
chefias militares, porque este processo não acabou aqui.“Agora
temos de fazer a concretização legislativa, dos diplomas legislativos,
no plano regulamentar, e, portanto, eu tenho toda a intenção de que
sobre os diplomas em concreto as associações também se pronunciem e
serão recebidas por mim, como é normal”, declarou Nuno Melo.