Aumento de creches tem de ser precavido com garantia de qualidade das respostas
30 de jan. de 2025, 09:50
— Rafael Dutra
Ana Margarida Silva falava em audição na Comissão
Especializada Permanente de Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa
da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), a propósito do Projeto de Decreto
Legislativo Regional n.º 15/XIII, apresentado pelo Bloco de Esquerda,
que “Cria a Rede Pública de Creches da Região Autónoma dos Açores”.Na
ocasião, a presidente do Comissariado dos Açores para a Infâncias
salientou que o mais importante é o interesse superior das crianças.“A
nossa opinião, de facto, é que estejam asseguradas, independente de ser
em contexto de creche ou não, as condições necessárias às crianças e as
respostas às suas necessidades”, justificou, adiantando que a
preocupação do Comissariado é que todas as crianças açorianas, “que
tenham medidas de promoção e proteção, sejam contempladas com uma
resposta social adequada às suas necessidades”, para haver “uma
resposta de imediato para a situação em causa”.Ana Margarida Silva
admite estar muito mais “assustada”com o aumento potencial de creches,
uma vez que este “tem de ser feito de forma gradual”, de modo que a sua
qualidade seja acompanhada pela “formação das pessoas que trabalhem nas
creches e pelas estruturas físicas”. “Parece-me que o Governo
Regional está a fazê-lo de forma gradual”, sustentou, salientando ainda a
importância da rede de amas como alternativa às creches.Nesse
sentido, sublinha que as alternativas às creches estão empoderadas de
qualidade e repostas que as creches também têm, nomeadamente no que diz
respeito ao “desenvolvimento holístico da criança” e ao seu
“desenvolvimento cognitivo”.Não obstante a relevância de haver
recursos qualificados, admitiu que o Comissariado tem conhecimento de
“que há uma dificuldade muito grande no recrutamento de educadores de
infância na Região”, por isso sustenta que tem de haver uma aposta na
formação e qualificação de profissionais nos Açores.