Aumento da pobreza tem mais a ver com desemprego que com austeridade

Ajuda Externa

25 de out. de 2012, 16:45 — Lusa/AO online

“A pobreza nos últimos anos é mais efeito do crescimento do desemprego que dos cortes na despesa e dos aumentos de impostos em si mesmos”, disse Abebe Aemro Selassie numa conferência de imprensa por telefone. Selassie disse ainda que, durante a quinta revisão do memorando de entendimento, houve “muitas discussões” entre a ‘troika’ e o Governo para que os cortes fossem “o mais progressivos possível”. “Tentámos seguir o conselho do Governo quanto às áreas onde se poderia cortar despesa sem sobrecarregar os mais pobres”, continuou o funcionário etíope do FMI. Na quarta-feira, o comité executivo do FMI aprovou o pagamento de uma nova tranche de 1.500 milhões de euros da sua parte do empréstimo de 78 mil milhões de euros a Portugal. No relatório da quinta revisão do memorando entre Portugal e a ‘troika’, o FMI entende que o programa de assistência entrou "numa fase mais complexa", com mais contestação social e política. O FMI adverte ainda que a margem para novas derrapagens orçamentais "é muito limitada".