Aumentaram apreensões e quantidades confiscadas de todas as drogas em 2021
7 de dez. de 2022, 13:05
— Lusa/AO Online
A
seguir ao haxixe, as substâncias ilícitas com mais apreensões foram a
cocaína (513) e a liamba (449) e, com valores inferiores, a heroína
(270) e o ‘ecstasy’ (77), adianta o Relatório Anual sobre a Situação do
País em Matéria de Drogas e Toxicodependência em 2021 do Serviço de
Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).O
relatório assinala, pela primeira vez no
âmbito destes registos, apreensões de MDMB-4-en-PINACA (canabinoide
sintético), de 4-CMC e de alfa-PHP (ambas substâncias estimulantes).Segundo
os dados, houve “um incremento significativo da liamba apreendida” em
2021, o valor mais elevado desde 2010, e descidas nas quantidades
confiscadas de haxixe, apesar de ser o segundo valor mais alto desde
2015, e de ‘ecstasy’, o valor mais baixo desde há sete anos.As
quantidades apreendidas de cocaína e de heroína foram próximas às de
2020, sendo os valores dos últimos três anos os mais altos desde 2007 no
caso da cocaína, e os mais baixos de sempre no caso da heroína. Os
dados referem também que, entre 2020 e 2021, houve um aumento das
apreensões de haxixe (+49%), de heroína (+29%) e de cocaína (+28%), e
ligeiras descidas das de liamba (-3%) e de ‘ecstasy’ (-3%), mas
tendencialmente inferiores aos dois anos anteriores, pré-pandemia,
exceto no caso da liamba e da heroína.“As
restrições devido à pandemia afetaram diversos aspetos dos mercados das
drogas ao nível nacional e global, embora ainda esteja por avaliar o seu
impacto a médio e longo prazo”, lê-se no documento. O
relatório realça as quantidades confiscadas nos últimos dois anos de
plantas de canábis, “os valores mais altos do milénio”, e de plantas de
ópio, os valores mais altos desde 2009.Quanto
às rotas, o documento adianta que “Portugal tem sido um país de
trânsito no tráfico internacional de haxixe e de cocaína, em particular
nos fluxos oriundos, respetivamente, de Marrocos e da América Latina e
Caraíbas, e com destino a outros países, sobretudo europeus”.Em
2021 destacaram-se como principais países de origem da cocaína
apreendida o Brasil, seguido do Paraguai e da Costa Rica, constatando-se
nos últimos anos uma redução na utilização de Portugal em rotas com
destino fora da Europa. Marrocos e Espanha surgiram como os principais países de origem no caso do haxixe e Espanha e Portugal no da liamba. Sobre
os meios utilizados no transporte das drogas, houve, entre 2020 e 2021,
um “aumento relevante” do número de apreensões por via marítima de
haxixe (pelo segundo ano consecutivo) e de cocaína.No
ano passado, foram identificados 2.083 presumíveis infratores, mais 25%
face a 2020, (42% como traficantes e 58% como
traficantes-consumidores), 1.579 (76%) dos quais foram detidos, mas os
valores mantêm-se inferiores aos dos anos pré-pandemia. No
final de dezembro do ano passado, estavam detidos 1.742 indivíduos
condenados ao abrigo da Lei da Droga, representando o segundo valor mais
baixo dos últimos dez anos e um ligeiro decréscimo (-2%) face a 2020.