Atletas lusos rumam aos Mundiais de pista coberta a mirar pódios “com realismo”
16 de mar. de 2022, 12:25
— Lusa/AO Online
“Temos
expectativa de muito bons resultados, com a possibilidade de ter três
atletas no pódio com bastante realismo. Essa é a perspetiva mais sólida
que temos, com os nossos três ‘cabeças de cartaz’. Temos outros de quem
esperamos bons resultados, num campeonato do mundo que sirva para se
habituarem cada vez mais à alta-roda e conseguirem aqui a pontinha de
resultado que gera uma maior autoconfiança para o futuro”, lançou o
presidente da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), Jorge Vieira.Na
segunda maior delegação portuguesa de sempre para Mundiais em pista
coberta, apenas superada pela participação caseira em Lisboa, em 2001
(17 atletas), constam da lista de convocados 12 portugueses, seis
atletas femininas e seis atletas masculinos, com destaque para os nomes
de Pedro Pablo Pichardo, campeão olímpico do triplo salto, Patrícia
Mamona, vice-campeã olímpica da mesma categoria, e Auriol Dongmo,
detentora da melhor marca mundial do ano no lançamento do peso (19,90
metros).“Sinto-me muito bem. Temos de
esperar que chegue sexta-feira, o dia da prova, para ver o que sai. Tive
uma pequena lesão, mas já estou recuperado e consegui fazer grandes
saltos no treino”, afirmou Pedro Pablo Pichardo, na chegada ao
aeroporto.Campeão europeu em pista
coberta, em 2021, tal como as compatriotas Mamona e Dongmo, nas
respetivas vertentes do atletismo, o luso-cubano deixou para trás o
‘ouro’ em Tóquio2020, ambicionando agora novas conquistas e objetivos em
2022.“É um ano novo e quero sempre
conquistar títulos. Sinto-me muito orgulhoso por representar o país que
me apoiou e me deu oportunidade de continuar. É sempre bom contar com o
apoio dos portugueses. Para mim, é muito gratificante”, frisou o atleta.Já
Patrícia Mamona tem em mente melhorar a sua melhor classificação de
sempre em Mundiais de pista coberta – quarto lugar -, realçando que as
expectativas “são altas” e que o recente triunfo no ‘meeting’ de Paris
lhe deu confiança para abordar esta prova.“Paris
deu-me uma experiência diferente. Queixei-me muito e a pista era
esquisita. O facto de, em condições muito difíceis, ter conseguido um
salto nos 14 metros e ganhar o ‘meeting’, dá-me certamente alguma
confiança para Belgrado, que é uma pista que também não gosto muito, mas
não me vai impedir de saltar muito”, explicou a atleta.Auriol
Dongmo chega aos Mundiais poucos dias depois de vencer a Taça da Europa
de lançamentos, em Leiria, num excelente momento de forma que pretende
consolidar.“Quero ganhar uma medalha.
Penso que a minha preparação foi excelente. Agora, é só chegar lá,
lançar e rezar para que as coisas corram bem. O meu objetivo, desde
sempre e para este ano também, é ultrapassar os 20 metros”, disse a
atleta luso-camaronesa.Estes Mundiais
estão envoltos num ambiente diferente, com a proibição de atletas russos
e bielorrussos de participarem, devido à ofensiva militar lançada pela
Rússia na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro, que originou sanções de
organismos desportivos.“Que esta
competição sirva para que os atletas se sintam unidos, em paz, a
colaborar uns com os outros, obter resultados, mas sempre com esta ideia
de que a paz tem de ser preservada. Espero que, através da imagem do
desporto, ainda haja bom senso de passar mensagens de equilíbrio, paz e
entendimento entre povos”, pediu Jorge Vieira.Por
outro lado, Patrícia Mamona manifestou o seu “sentimento de
solidariedade” para com todos os atletas ucranianos, mas também os
russos e bielorrussos que, “se calhar, estão contra a guerra e perdem a
oportunidade de representar o país e eles próprios”.“Neste
momento, estão também muitos atletas ucranianos a sofrer e muitos deles
decidiram não ir a este campeonato para proteger e lutar pela sua
independência. Como atletas, temos de nos focar no que realmente podemos
fazer e tentar que as coisas exteriores não nos afetem, pelo menos
naquele momento”, referiu a triplista.Além
de Pichardo, Mamona e Dongmo, a comitiva portuguesa conta, na vertente
feminina, com Jéssica Inchude (lançamento do peso), Cátia Azevedo (400
metros), Lorene Bazolo e Rosalina Santos (60 metros), bem como, nos
masculinos, com Abdel Larrinaga (60 metros barreiras), Carlos Nascimento
(60 metros), Francisco Belo (lançamento do peso), Isaac Nader (1.500
metros) e Tiago Luís Pereira (triplo salto).