Ataque em Londres mostra que é “essencial” Reino Unido e UE prosseguirem cooperação
2 de dez. de 2019, 17:52
— LUSA/AO Online
“Quando há um ataque na London
Bridge, mesmo neste momento em que o Reino Unido poderá vir a sair da
União Europeia, nós consideramos que nesta matéria de segurança somos
todos europeus e, portanto, a cooperação policial, a cooperação na área
da prevenção do terrorismo, a cooperação nos sistemas de informações vai
continuar”, declarou Eduardo Cabrita, à saída de uma reunião de
ministros do Interior da UE.Sublinhando
que se tratou da primeira reunião ministerial com a nova Comissão
Europeia, Eduardo Cabrita apontou que, neste “início de uma nova fase”,
foram discutidas as grandes prioridades em matéria de migrações (pasta
do vice-presidente Margaritis Schinas, responsável pela “Promoção do
Modo de Vida Europeu) e de cooperação policial em matéria de segurança
interna (pasta da comissária dos “Assuntos Internos”, Ylva Johansson).Em
matéria de cooperação na área de segurança interna, o ministro destacou
“a prioridade dada ao reforço dos mecanismos de interoperabilidade
entre os sistemas nacionais e as agências europeias – como a Frontex, a
Europol, e a eu-LISA - e a solidariedade de todos os Estados europeus no
combate ao terrorismo”.“O que aconteceu
na passada sexta-feira no Reino Unido demonstra que, independentemente
do que suceda nas próximas semanas relativamente ao ‘Brexit’, a
cooperação com o Reino Unido é essencial neste domínio da prevenção do
risco terrorista. O Reino Unido, lamentamos, mas poderá de facto vir a
sair da UE, mas não poderá sair da Europa”, afirmou Eduardo Cabrita.No
mais recente ataque ocorrido na capital britânica, na passada
sexta-feira, um ex-detido condenado por terrorismo esfaqueou mortalmente
duas pessoas e feriu outras três, antes de ser abatido pelas forças
policiais.Questionado sobre o estado de
alerta em Portugal atendendo a este ataque e à aproximação da época
natalícia, o ministro da Administração Interna garantiu que “não há
nenhum risco específico, não há nenhum risco adicional”, mas asseverou
também que as autoridades continuarão em estado de prevenção contínua,
como o têm feito até agora.“É um trabalho
que, felizmente, o seu grande sucesso mede-se exatamente por não ter
notícias. Faremos tudo para que Portugal continue a ser considerado como
um dos países mais seguros e pacíficos do mundo”, declarou. Relativamente
à outra grande matéria hoje na agenda do Conselho, o ministro
congratulou-se por a gestão dos fenómenos migratórios ser “assumida como
uma realidade permanente no desafio europeu”, algo que “está em inteira
sintonia com a posição portuguesa, que entende que as migrações são um
fenómeno permanente”, o que está aliás na “tradição de um país que tem
portugueses em todo o mundo e que hoje é destino de migrantes”.Eduardo
Cabrita revelou que o vice-presidente Schinas anunciou que o novo
“Pacto para as Migrações vai ser preparado nos próximos meses, em
diálogo com todos os Estados-membros”, estando prevista a deslocação do
comissário a Portugal no início de 2020.