AT diz estar a trabalhar para resolver “aglomeração de contentores” no Porto de Leixões
Hoje 11:11
— Lusa/AO Online
“Perante
a existência de constrangimentos que decorrem, quase na totalidade, de
erros declarativos, apesar de todos os esforços da AT e dos operadores,
verifica-se uma aglomeração de contentores no Porto de Leixões”, admitiu
à Lusa o ministério, que garante que a AT “já ativou no Porto de
Leixões o plano de continuidade divulgado através do Ofício Circulado
16061/2025, de 20 de outubro (...) continuando a trabalhar em conjunto
com os operadores portuários e económicos para normalizar a atividade
neste porto em particular”.A Associação
dos Transitários de Portugal (APAT) alertou hoje para um "caos
logístico" no porto de Leixões devido a um novo sistema aduaneiro, tendo
a concessionária Yilport interrompido receções de contentores para
exportação e os despachantes pedido medidas transitórias.O
Ministério das Finanças, que tutela a AT, esclareceu à Lusa que a
implementação do novo Sistema integrado dos Meios de Transporte e das
Mercadorias (SiMTeM) esteve previsto para 21 de outubro mas que, “na
sequência da constatação de dificuldades e constrangimentos por parte de
diversos operadores portuários e económicos na adoção do novo sistema”,
foi decidido que a sua implementação deveria “ocorrer de forma
faseada”.Estão publicados desde 2024 os
guias para a implementação do novo sistema e foi disponibilizado um
ambiente de testes para os agentes económicos, assegurou o ministério.“Assim,
o SiMTeM encontra-se em funcionamentos nos portos de Aveiro, Figueira
da Foz e Viana do Castelo, desde o dia 21 de outubro, nos aeroportos
desde o passado dia 21 de novembro de 2025 e, finalmente, nos restantes
portos, desde o dia 5 de dezembro de 2025”, especificou o ministério,
que garantiu que a AT “esteve sempre disponível para prestar o apoio
necessário à realização daqueles testes, e, desde a entrada em
funcionamento do SiMTeM, tem apoiado e continua a apoiar os operadores
na resolução de erros”.De acordo com um
comunicado da APAT enviado hoje à Lusa, "de momento, o Porto de Leixões
não pode receber contentores para embarque, uma vez que a capacidade
disponível se encontra lotada devido à quantidade de contentores – em
espera – no terminal"."Caos é a palavra
que os agentes encontram – e repetem – para descrever uma situação que
poderia, facilmente, ter sido evitada e que penaliza gravemente a
economia nacional, as suas exportações e importações, agravando-se pela
circunstância de estarmos a falar do maior porto marítimo do Norte do
país", refere o comunicado.Em causa está,
segundo a APAT, a "impreparada e precipitada introdução, por parte da
Autoridade Tributária, de uma nova plataforma de harmonização
aduaneira", o Sistema Integrado dos Meios de Transporte e das
Mercadorias (SiMTeM), pelo que "as cargas encontram-se estagnadas e as
operações totalmente bloqueadas, colocando em risco o Natal e as cadeias
de abastecimento vitais".Também o
concessionário Yilport, que opera o Terminal de Contentores de Leixões,
em Matosinhos, no distrito do Porto, informou os operadores, segundo
mensagem a que a Lusa teve acesso, que se viu compelido "a interromper a
receção de contentores de exportação" a partir de hoje.Em
causa está a "situação complexa atualmente verificada no Terminal de
Contentores de Leixões (TCL), decorrente do acumular de contentores de
importação em parque, já há vários dias, sem que seja rececionada a sua
autorização de saída pelo TCL/Yilport Leixões, e na sequência da entrada
em vigor do sistema SiMTeM neste porto e de várias disfunções e
dificuldades em processar as autorizações de saída por parte de todos os
intervenientes no processo de desalfandegamento".Já
o bastonário dos Despachantes Oficiais, Mário Jorge, apela "à resolução
dos constrangimentos à saída de contentores dos terminais portuários".A
APAT considera que "este processo de entrada em produção do SiMTeM
criou uma gritante disfuncionalidade totalmente evitável", lembrando que
foi "perentória em alertar, de forma sistemática e insistente, para os
perigos de uma introdução impreparada da nova plataforma de harmonização
de procedimentos aduaneiros".No dia 05 de
dezembro, a APAT já tinha pedido o adiamento da entrada em produção do
SiMTeM, que visa a harmonização dos procedimentos do setor aduaneiro com
a Europa.