Assunto das Agendas Mobilizadoras "encerrado", diz Mário Fortuna

6 de nov. de 2021, 02:38 — Lusa /AO Online

Mário Fortuna falava à agência Lusa após uma assembleia geral da CCIPD para discutir o processo das Agendas Mobilizadoras, que motivou críticas à instituição e ao Governo dos Açores, por, alegadamente, terem preterido empresas em detrimento de outras.“O assunto está encerrado, foi clarificado, dissemos aquilo que sabíamos. Da nossa parte estamos de consciência tranquila de que o nosso trabalho foi um trabalho isento. Agora é evidente que existiram problemas de comunicação”, declarou.Na sequência da polémica, o presidente do executivo açoriano, José Manuel Bolieiro, anunciou que o processo das Agendas Mobilizadoras do PRR, que destinam 117 milhões de euros para a região, ia ser reiniciado.“Esclarecemos tudo e demos nota claramente que a CCIPD - e muito menos eu - não tomou posições relativamente a quem ficava nas Agendas Mobilizadoras”, afirmou Fortuna.O empresário e professor universitário avançou ainda que alguns associados foram para a reunião magna com “ideias feitas” sobre o processo.“Os sócios presentes ouviram e alguns não compreenderem ou não quiseram compreender, mas isso é a dinâmica das associações. Fizemos aquilo que nos cabia fazer”, declarou.Recentemente, na sequência de críticas de partidos políticos e empresários ao processo de criação das Agendas Mobilizadoras do PRR nos Açores, as associações empresariais de Angra do Heroísmo e Horta emitiram um comunicado a alegar que a liderança do processo das agendas tinha sido da CCIPD, “sem curar de envolver as suas congéneres de Angra e Horta, desrespeitando-as e menorizando a intervenção que, por direito, também lhes cabia”.Na quinta-feira, o presidente da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo, Marcos Couto, acusou Mário Fortuna de ser o responsável pelo “divisionismo dentro do tecido empresarial” açoriano.O líder da CCIPD mostrou-se “apreensivo” com as críticas e disse que a posição “fragiliza” a Câmara do Comércio dos Açores (que reúne as instituições da Angra, Horta e Ponta Delgada).“Relativamente às acusações a Ponta Delgada, Ponta Delgada está apreensiva. É uma situação de apreensão face àquilo que veio a público, nomeadamente a posição da Câmara do Comércio e Indústria da Horta e da Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo”, apontou.Sobre a proposta de criar uma federação de associações nos Açores, que já tinha sido lançada por Fortuna e que é defendida por Marcos Couto, o presidente da CCIPD considerou uma ideia que precisa de “algum debate”.“A ideia foi uma académica, relativamente à restruturação do associativismo empresarial nos Açores. Até pode ser uma entidade que surja da própria Câmara do Comércio dos Açores. É uma questão estrutural, que vai requerer algum debate para se chegar a alguma conclusão”, concluiu.