Assunção Cristas defende criação de cartão social do bombeiro
26 de out. de 2017, 15:54
— Lusa/AO online
Ao apresentar, em Fornelo do Monte, no
concelho de Vouzela, as propostas feitas ao Governo na sequência dos
incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, Assunção Cristas disse
ser importante perceber "o que já existe e o que é preciso criar ou
recriar" para garantir que as pessoas sintam "que vale a pena ser
bombeiro" e que têm "algum estímulo e alguma vantagem". "Parece-nos
muito importante, porque precisamos de todos para este combate.
Precisamos das equipas profissionais e de reforçar os corpos
profissionais de bombeiros, muito especializados, com conhecimento
técnico muito apurado para as questões do fogo florestal e do fogo
rural. Mas, continuamos a precisar de muitos bombeiros voluntários,
desde logo para fazer a proteção das populações", considerou.A
líder centrista referiu que, apesar de se dever fazer tudo o que for
possível "para aumentar a profissionalização dos bombeiros e dos corpos
especiais", continua a ser importante contar com o voluntariado."Continuamos
a pensar que há espaço para todos. É preciso um trabalho muito
profissional durante todo o ano na floresta e corpos específicos para
atacar no imediato e na primeira hora, nos primeiros minutos, aquilo que
são os fogos que deflagram e depois é preciso também quem esteja junto
das populações", acrescentou. A presidente do CDS-PP admitiu que
este ano se viveram "circunstâncias extremas" nos últimos incêndios e
que, "em muitos casos, dificilmente com o melhor ordenamento as coisas
poderiam ter sido de outra forma". Apesar disso, Assunção Cristas
disse continuar a achar que "um bom ordenamento do território é muito
importante" e, por isso, uma das medidas apresentadas pelo seu partido
ao Governo "é que se olhe para a escala, não para cada proprietário
individualizado, mas para um determinado território"."Que se
convoquem as universidades para ajudarem a definir o que é
economicamente viável do ponto de vista da escala para aí podermos ter
povoamentos diversificados em que uns darão rendimento mais rápido do
que outros. Mas, como são geridos em conjunto e também com uma
componente agrícola e com uma componente de produção animal é possível,
no seu conjunto, encontrar forma de dar rendimento aos proprietários",
explicou.Assunção Cristas referiu que há instrumentos para que
tal aconteça, mas que, "sobretudo, é preciso convocar as pessoas,
aplicar as figuras jurídicas que já existem e, eventualmente, melhorar
algumas para encontrar verdadeiros exemplos de reconstrução do
território". "Acredito que hoje os proprietários estarão
certamente mais disponíveis do que estiveram no passado", por terem
percebido que ou trabalham em conjunto, "ou então é muito difícil",
porque muitas vezes se tratam de "pequenas propriedades dispersas, de
pessoas que não têm recursos" para voltar a investir, considerou.Na
sua opinião, "é muito importante que dê rendimentos a todos desde o ano
zero", o que "pressupõe também estudar o modelo de financiamento para
estes investimentos".