Assoreamento e obstruções continuam a ser principais problemas nas ribeiras
Assoreamentos e obstruções continuam a ser os principais problemas registados nas ribeiras dos Açores, revela um relatório apresentado, que avaliou 510 quilómetros de cursos de água nas nove ilhas entre junho e setembro.

Autor: Lusa/AO online

“Foram avaliados cerca de 510 quilómetros de extensão de ribeiras (310 quilómetros de nova avaliações e cerca de 200 quilómetros de avaliações do ponto de vista da situação relativo aos formulários do ano anterior), envolvendo 197 bacias hidrográficas distintas”, afirmou o secretário regional da Agricultura e Ambiente, Luís Neto Viveiros, na apresentação do documento, em Ponta Delgada.

Desde 2012 que é realizado anualmente no arquipélago o relatório do estado das ribeiras nos Açores, que compila por amostragem dados generalizados sobre o estado dos cursos de água regionais, incidindo na identificação de situações de risco ou que necessitam de manutenção.

“Apesar do aumento da extensão avaliada em 2014, verificou-se uma diminuição do número de ocorrências registadas”, referiu o governante, alegando que a maioria das ocorrências se prende com assoreamentos e obstruções resultantes do desenvolvimento vegetal e da dinâmica fluvial.

Os casos de instabilidade de infraestruturas e abandono de resíduos correspondem a 10%.

Luís Neto Viveiros destacou que este tipo de relatório permite a identificação de intervenções necessárias, mesmo quando as situações identificadas são da responsabilidade de outras entidades públicas ou privadas, e o planeamento de ações consideradas prioritárias no âmbito dos serviços da Direção Regional do Ambiente.

O governante frisou que a tarefa de zelar pelo bom estado das ribeiras nos Açores "não é só do governo", mas sim de todos, e acrescentou que as ações de sensibilização levadas a cabo têm permitido "melhorar o cenário".

"As coisas não estão todas resolvidas, nem nunca estarão. É com a atenção especial de todos que conseguiremos dormir mais descansados", afirmou Luís Neto Viveiros.

Para o diretor regional do Ambiente, Hernâni Jorge, o risco é inerente à própria realidade de se viver em ilhas e obriga a um alerta permanente de todos.

“Acho que não devemos estar absolutamente descansados. Devemos preocupar-nos e precaver-nos para a eventualidade dessas ocorrências e se assim fizermos a probabilidade de o risco nos bater à porta é, certamente, diminuto”, afirmou Hernâni Jorge.

Os Açores contam com uma rede hidrográfica com cerca de 7.000 quilómetros, distribuída por mais de 700 bacias hidrográficas.