Associação Zero alerta para agravamento da qualidade da água nas praias portuguesas
7 de ago. de 2024, 12:34
— Lusa/AO Online
Em
comunicado, a associação ambientalista explica que estas preocupações
resultam de uma comparação entre os resultados da qualidade das águas
das praias portuguesas durante esta época balnear e o ano transato.“Existem
atualmente 664 águas balneares cuja monitorização é reportada, com um
número limitado de praias a revelarem problemas, mas de forma mais
expressiva do que na época balnear passada”, indica a Zero.A
associação ambientalista refere que desde o início da época balnear (01
de maio) já foi desaconselhado ou proibido banhos em 46 praias, mais 17
do que em período semelhante do ano passado.“Nestas
zonas balneares as análises ultrapassaram os limites fixados
tecnicamente a nível nacional relativamente a, pelo menos, um dos dois
parâmetros microbiológicos que são avaliados (Escherichia coli e
Enterococus intestinais)”, aponta.Também
desde o início da época balnear já foram interditadas 41 praias, mais 13
do que em 2023, a maioria por “má qualidade”, sendo que 15 eram
costeiras e 26 interiores.As águas
balneares que apresentaram maior número de situações de água imprópria
para banhos foram Matosinhos, com três situações de desaconselhamento ou
proibição de banhos e Parede (Cascais), Camilo (Lagos), Bitetos (Marco
de Canavezes), Vieira (Marinha Grande), Molhe Leste (Peniche) e Azenhas
do Mar (Sintra), cada uma delas com duas situações de desaconselhamento
ou proibição de banhos.O concelho de
Cascais, no distrito de Lisboa, é o que registou o maior número de
praias afetadas por “qualidade imprópria ou interdições” (seis praias).A
Zero lamenta também a existência de “falhas na informação que é
disponibilizada no sítio da Internet da Agência Portuguesa do Ambiente
(APA)”, uma vez que “nem sempre se esclarecem devidamente os motivos de
interdição das zonas balneares e os procedimentos por parte dos
Delegados Regionais de Saúde”. “Há 92
águas balneares sem quaisquer resultados de análises disponibilizados
(14% do total de águas balneares), sendo que praticamente todas as
praias são da Região Autónoma dos Açores. Por exemplo, a página da APA
dedicada a comunicar desaconselhamentos e interdições da prática balnear
(https://apambiente.pt/apa/desaconselhamentos-e-interdicoes-da-pratica-balnear)
representa uma melhoria no esforço de comunicação, mas não está
totalmente consistente com a informação do Sistema de Informação de
Recursos Hídricos”, aponta.Assim, a Zero
defende a necessidade de se “averiguar as causas” e, “acima de tudo,
prevenir a contaminação” nas praias interiores que foram
proporcionalmente mais afetadas.O mesmo
acontece nas zonas balneares que “sofreram um desaconselhamento ou
interdição durante a presente época balnear”, mas que “têm classificação
excelente”.“Em cada um dos casos é
fundamental identificar a origem dos problemas e averiguar
responsabilidades, desempenhando a Agência Portuguesa do Ambiente e a
Inspeção Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do
Território um papel decisivo”, defende a Zero.Como
ponto positivo, a associação ambientalista destaca o facto de “nenhuma
“Praia Zero Poluição” ter apresentado “problemas significativos de
qualidade de água”.“Nenhuma das 59 praias
classificada pela associação como Praia Zero Poluição (zonas balneares
onde não foi detetada qualquer contaminação nas análises efetuadas ao
longo das três últimas épocas balneares) foi abrangida por interdição
associada à ultrapassagem de parâmetros microbiológicos. Porém, não foi
possível verificar esta circunstância para as águas balneares da Região
Autónoma dos Açores por ausência de informação no Sistema Nacional de
Informação de Recursos Hídricos”, salienta a associação.