Associação Vegana dos Açores lança petição contra regresso da sorte de varas
26 de jan. de 2025, 15:35
— Lusa
Em comunicado de
imprensa, a associação VegAçores refere que o lançamento da petição
pública surge após declarações do secretário regional da Agricultura e
Alimentação dos Açores, António Ventura, durante a abertura do IV Fórum
Mundial da Cultura Taurina, na sexta-feira, na ilha Terceira.Na
ocasião, António Ventura sustentou que a tourada é a melhor escola de
cidadania que conhece e admitiu que a região possa vir a legalizar a
sorte de varas.Na sessão de abertura do
fórum, organizado pela Tertúlia Tauromáquica Terceirense, reunindo cerca
de 250 participantes de oito países, o governante açoriano salientou
ainda que a cultura taurina “tem uma raiz profunda no povo açoriano, em
especial nos terceirenses”, e alegou que “é uma falácia dizer-se que não
há bem-estar animal na tourada”. Hoje,
num comunicado de imprensa, a associação VegAçores recorda que esta
matéria "foi aprovada no parlamento açoriano em 2002, mas enviada para o
Tribunal Constitucional, que a rejeitou"."Em
2009, a proposta voltou a ser votada no parlamento dos Açores, tendo
sido rejeitada com 26 votos a favor, 28 contra e duas abstenções",
aponta a associação.Os peticionários
"querem que esta matéria não tenha o parecer positivo dos vários
partidos que compõem a Assembleia Legislativa Regional dos Açores e que
não se volte a legalizar um ato bárbaro deste tipo".Segundo
a associação, a sorte de varas consiste "em picar o touro de forma
bastante violenta, causando graves lacerações e danos musculares e
neurológicos", consequências "nos cavalos que acabam por sofrer danos
físicos" e "colocando em causa a sua vida".“Isto
é uma forma de crueldade e tortura que não se coaduna com as
declarações do sr. Secretário Regional da Agricultura e Alimentação dos
Açores, António Ventura, que afirma que a tourada é a melhor escola de
cidadania que conhece", vinca a associação.Citada
no comunicado de imprensa, Jessica Pacheco, presidente da VegAçores e
primeira peticionária, considera que “voltar a legalizar este tipo de
violência é um enorme retrocesso civilizacional, ainda mais quando se
tenta passar uma imagem dos Açores como destino de natureza e de
bem-estar animal".