Associação Sindical de Polícia entrega petição no Parlamento por "salários mais justos"
3 de dez. de 2020, 12:56
— Lusa/AO Online
Esta
posição foi manifestada à agência Lusa pelo presidente da ASPP/PSP,
Paulo Rodrigues, que hoje entregou a petição na secretaria da Assembleia
da República, na convicção de que os grupos parlamentares venham a
discutir a matéria, numa altura em que a associação não vislumbra no
Orçamento de Estado para 2021 qualquer reforço financeiro para
atualização das tabelas remuneratórias e dos suplementos que não são
atualizados há 10 anos."Na Polícia de
Segurança Pública as tabelas remuneratórias não são atualizadas há mais
de 10 anos", realça a petição - "salários mais justos" - hoje entregue
naquele órgão de soberania, salientando que "além de desajustadas do
contexto das tabelas salariais da administração pública, não são justas
tendo em conta a complexidade, responsabilidade e risco da missão".Segundo
reiterou hoje à Lusa Paulo Rodrigues, a classe não pode "aceitar os
baixos e injustos salários atribuídos aos profissionais da polícia",
lembrando que "Um agente em início de carreira tem como ordenado base
791 euros e um agente principal com mais de 28 anos não ultrapassa os
1.250", situação que, disse, leva muitos profissionais que "gostam da
profissão" optem por pedir transferência para outras áreas da função
pública onde a perspetiva de progressão nas carreiras é mais aliciante.Com
esta petição, a ASPP/PSP pretende que a Assembleia da República discuta
esta matéria e "obrigue o Governo à rápida atualização e adequação dos
salários na polícia", sendo que, conforme indicou Paulo Rodrigues,
existe a convicção de que o Governo aproveitou a pandemia por covid-19
para "congelar" as negociações e protelar a resolução do problema que
afeta a vida e a motivação desta força de segurança que engloba cerca de
20 mil profissionais.Além da atualização
das tabelas remuneratórias que permanecem por atualizar há uma década
estão também os suplementos de turno, de patrulha, de comando e as
inerentes às forças de segurança, todas elas associadas à atividade
essencial exercida por estes profissionais que, segundo a ASPP/PSP,
arriscam a vida por um salário baixo e que "não dignifica a instituição
(PSP)".Nas palavras do presidente da
ASPP/PSP, existe atualmente um sentimento de "revolta" dos polícias face
à interrupção das negociações pelo Governo, ao esquecimento das
promessas anteriormente feitas pelo Executivo e perante a ausência de
resposta do Ministério da Administração Interna (MAI) aos ofícios para
que as negociações sejam retomadas o mais cedo possível.Paulo
Rodrigues criticou que o Governo tenha aproveitado a pandemia para
"protelar um conjunto de problemas" que já deviam estar resolvidos, e a
"adiar a questão" remuneratória que visa dar "salários justos" a
profissionais que diariamente protegem o país.