Associação sindical da PSP diz que polícias no Corvo "pagam para trabalhar"

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) acusou a direção nacional de "não assumir as despesas de alimentação" dos dois polícias responsáveis pela segurança aeroportuária do Corvo, afirmando que os agentes “pagam para trabalhar na ilha”.


Autor: Lusa/AO online

Paulo Pires, dirigente da ASPP, disse à agência Lusa que, em causa, está "o pagamento das despesas de alimentação" de dois elementos da PSP que se deslocam à mais pequena ilha dos Açores "de semana a semana", para "o serviço exclusivo da segurança aeroportuária" do aeródromo do Corvo, gerido pela companhia aérea açoriana SATA.

"A segurança aeroportuária é um serviço púbico. É um serviço obrigatório", referiu o dirigente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia.

Paulo Pires explicou que a SATA "deixou de assumir, em julho" deste ano, as despesas, pois "contratualizou com uma empresa de segurança" serviços que estavam a ser "assegurados, temporariamente", por dois elementos policiais.

"Mas é exigido ter, no aeródromo, a presença da PSP", assinalou.

Segundo o dirigente sindical, "a direção nacional da PSP decidiu a 01 de julho que assumiria as despesas de alojamento a estes dois polícias”.

"[A direção nacional] Assume as despesas de alojamento, mas não de alimentação. Na ilha do Corvo a restauração não abunda. No único restaurante existente a verba disponibilizada não chega para uma refeição. Na prática os elementos policiais pagam para trabalhar", apontou.

De acordo com o dirigente da ASPP/PSP, "a diligência fica numa estimativa média mensal de 3.991,00 euros para os dois elementos policiais", importância "já assumida pela PSP entre 2018 e 2020 pelo anterior diretor nacional".

A Associação adianta que já enviou um ofício ao diretor nacional da PSP a questionar sobre as razões desta decisão, alegando que "os polícias que vão em diligência à ilha do Corvo, na prática, vão ter que pagar para trabalhar".

A ilha não tem esquadra e os dois agentes deslocam-se, de forma alternada, ao Corvo para o serviço exclusivo da segurança aeroportuária.