Associação diz que furto a máquinas ATM devia ser considerado criminalidade violenta
30 de mar. de 2018, 14:25
— LUSA/AO Online
Segundo o
Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2017, o furto a máquinas
de ATM registou, em 2017, um aumento de 73,5%, face ao ano anterior,
tendo registado o seu máximo em outubro com 38 ocorrências. Comentando
este aumento e a diminuição em 8,7% da criminalidade violenta e grave
no ano passado, César Nogueira disse que se trata de “um jogo de
números”. “Os
roubos a caixas ATM não estão considerados como criminalidade violenta”,
mas deviam estar porque na “maior parte das vezes” são utilizadas
“botijas de gás que provocam explosões, danificam bastante os edifícios”
e podem “pôr em risco as vidas das pessoas”, defendeu o responsável. “Só
por aí descem logo os números [da criminalidade violenta]”, disse,
afirmando que “nos sucessivos RASI se tem jogado um bocado com os
números”, para “dar uma indicação enganosa de que a criminalidade
violenta baixou”. Mas
o facto é que “não baixou, simplesmente os números [dos roubos a caixas
ATM] não estão incluídos na criminalidade violenta, mesmo sendo”,
sustentou César Nogueira. O
RASI aponta também uma diminuição de 1,1% em 2017, face ao ano
anterior, no número de elementos da GNR, PSP, PJ, SEF e Polícia
Marítima. Para
César Nogueira, a redução de efetivos “não é nada de novo”: “com a saída
de profissionais [da GNR] para a situação de reserva e de reforma e com
as entradas mais reduzidas de novos elementos, que nestes últimos anos
foram sempre menos de metade daqueles que saíram, foi diminuindo o
efetivo e isso nota-se muito no terreno”. Segundo
o presidente da associação, a GNR tem um défice de 4.000 profissionais.
Deviam ser 26 mil e atualmente são cerca de 22 mil. “Era
necessário que de imediato fosse lançado um concurso para cerca de
1.000 profissionais e nos próximos anos colmatar essa necessidade”,
defendeu à Lusa. O
RASI, que foi entregue quinta-feira na Assembleia da República, adianta
que, em 2017, registou-se uma diminuição de 20,7% de novos formandos em
relação a 2016, enquanto o número de elementos que cessaram funções
aumentou 20,6%. No total, saíram 1.575 elementos da GNR, PSP, PJ, SEF e PM em 2017 e ingressaram nestas polícias 808. Segundo
o RASI, a criminalidade violenta e grave diminuiu 8,7% no ano passado,
em relação a 2016, enquanto os crimes gerais aumentaram 3,3%. O
relatório reúne os indicadores de criminalidade registados pela Guarda
Nacional Republicana, Polícia de Segurança Pública, Polícia Judiciária,
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Polícia Marítima, Autoridade de
Segurança Alimentar e Económica, Autoridade Tributária e Aduaneira e
Polícia Judiciária Militar.