Associação de Vítimas apresenta propostas para uma região mais segura
Pedrógão Grande
21 de jul. de 2020, 10:51
— Lusa/AO Online
A AVIPG entregou, na sexta-feira, um
documento, denominado "Missão Fenix", à ministra da Coesão Territorial,
Ana Abrunhosa, com um conjunto de propostas que pretendem servir como
"base de trabalho" para a execução e definição de medidas para o Pinhal
Interior, região fortemente afetada pelo grande incêndio de Pedrógão
Grande, afirmou à agência Lusa a presidente da associação, Dina Duarte.O
documento apresenta propostas em diversas áreas, como a floresta, a
prevenção de incêndios, combate ao despovoamento, transportes, turismo
ou telecomunicações.Para Dina Duarte, o
trabalho na área da limpeza das faixas de gestão e uma reflorestação em
que se pense o território, "não em torno de uma espécie dominante, mas
de uma floresta biodiversa", é fundamental, até pela sensação de
segurança que pode trazer aos que moram nos concelhos e aos que possam
querer mudar-se para o interior.O reforço
da cobertura fixa e móvel e a instalação de fibra ótica é também uma das
questões mais urgentes, vincou a presidente da AVIPG, considerando que
uma melhoria nas telecomunicações "pode abrir portas ao teletrabalho e
pode vir um novo tipo de pessoas para o território"."É
preciso combater o despovoamento, para as pessoas saírem das cidades e
terem para onde ir com segurança e com condições. Caso contrário,
continuamos sempre a perder. Sem termos um combate ao despovoamento,
nunca vamos conseguir que o território deixe de perder pessoas",
realçou.No campo da floresta, a AVIPG
defende a conclusão do cadastro de terrenos florestais, o apoio público
de ações de limpeza a proprietários particulares ou a reflorestação com
espécies autóctones junto a áreas habitacionais e estradas.Já
na prevenção de incêndios, a associação propõe a implementação de
sistemas de aspersão automáticos em pontos críticos como estradas e
aldeias, expansão dos abrigos coletivos, aumento do número de bombeiros
profissionais nos concelhos com grande risco de incêndio e reforço de
ações pedagógicas junto da população, entre outras.Na
área do combate ao despovoamento, a AVIPG propõe um cheque de 7.000
euros por ano para trabalhadores residentes há mais de cinco anos no
concelho, isenção integral de impostos e TSU (Taxa Social Única) durante
dez anos para novas empresas com mais de dez postos de trabalho,
criação de uma unidade móvel de saúde por concelho ou o fim das
portagens na A13 e A23.A AVIPG defende
ainda a criação de uma Escola Técnica Nacional de formação de bombeiros
na região, desenvolvimento de um grande evento nacional de desportos de
rio, apoio à reabilitação das aldeias ou a classificação da Serra da
Lousã como Parque de Reserva Natural.Segundo
a responsável, as propostas são uma espécie de "linhas mestras", tendo
sido apresentadas na sexta-feira, numa reunião na sede da AVIPG, em que
participou a ministra, autarcas e agentes locais dos concelhos mais
afetados pelo incêndio.