Associação de diretores de prisões alerta Governo para falta de pessoal e mau estado dos edifícios

9 de out. de 2024, 10:32 — Lusa/AO Online

Luís Couto, presidente da associação, disse à agência Lusa que uma reunião com a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo, "correu bem" e serviu para analisar alguns dos principais problemas do setor, mormente a falta de pessoal que é "transversal" a todo o sistema prisional, incluindo o défice de pessoal técnico de reeducação e assistentes técnicos.Segundo Luís Couto, esta falta de pessoal que é sentida na atividade diária das prisões é uma das razões da preocupação, a par da necessidade de recuperação do edificado prisional que "está a precisar de reparações urgentes", lembrando que as infraestruturas e equipamentos prisionais sofrem um grande desgaste devido à "permanente utilização" dos mesmos, contribuindo para agravar tal efeito o facto de as cadeias estarem sempre perto da lotação máxima ou até sobrelotadas.Luís Couto adiantou que os responsáveis do Ministério da Justiça mostraram vontade em resolver os problemas com a falta de pessoal e edificado, tendo a associação levantado também a questão do Estatuto dos diretores e adjuntos dos prisões, numa altura em que há alguns escalões da guarda prisional, como guardas principais e comissários, a ganharem mais que o próprio diretor da cadeia.Havendo uma hierarquia bem definida nos estabelecimentos prisionais e com responsabilidades diferentes, o dirigente associativo considerou que não faz sentido existir esta inversão salarial. Disse ainda não fazer também sentido que técnicos de reinserção e do sistema prisional tenham suplementos diferentes para o exercício da mesma função.Além de Luís Couto, estiveram presentes na reunião outros quatros membros da direção da associação, designadamente dos estabelecimentos prisionais de Sintra, Vale de Judeus, Viana do Castelo e Silves.