Associação de Apoio à Vítima contabilizou mais de nove mil vítimas em 2017
27 de mar. de 2018, 09:20
— Lusa/AO online
Segundo
dados do Relatório Anual da APAV, em 2017 foram registados um total de
40.928 atendimentos, firmados em 12.086 processos de apoio, onde foi
possível identificar 9.176 vítimas e 21.161 crimes e outras formas de
violência. A
APAV salienta que os crimes contra as pessoas apresentam-se com uma
dimensão na ordem dos 95% face ao total de crimes registados,
destacando-se os crimes de violência doméstica (75,7%).Por
tipo de crime, destacam-se os de violência sexual, nomeadamente o abuso
sexual de crianças (175 crimes), o 'stalking'/perseguição (422) e o
cibercrime (25).“Nas
restantes dimensões criminais, os destaques vão para os crimes
patrimoniais - o crime de dano com 212 registos (1%) – e para as outras
formas de violência – 'bullying' com 113 casos (0,5%)”, é indicado no
relatório.Segundo
a APAV, a maioria das vítimas eram do sexo feminino (82,5%) e tinham
idades compreendidas entre os 25 e os 54 anos (38,9%).Quanto
ao estado civil, as vítimas eram sobretudo casadas (28,2%), solteiras
(23,1%) enquanto 33,4% pertenciam a um tipo de família nuclear com
filhos/as.Em
termos académicos e profissionais, o ensino superior apresentou-se como o
grau de ensino mais referenciado (8,4%) e mais de 30% das vítimas
encontravam-se profissionalmente ativas.“Da
análise efetuada aos dados da APAV é possível confirmar a existência de
um número superior de autores de crime, face ao número de vítimas”, é
referido.Assim,
no ano passado, a APAV registou um total de 9.481 autores/as de crime,
sendo que destes/as, mais de 80% eram do sexo masculino e tinham idades
compreendidas entre os 35 e os 54 anos (23,3%).Segundo
os dados recolhidos, cerca de 30% eram casados e possuíam uma ocupação
profissional (32,1%), sendo que o tipo de vitimação continuada foi o
mais registado em 2017, representando 75% dos casos.No
que diz respeito ao local do crime, a residência comum foi a mais
referenciada, seguida da residência da vítima e o lugar/via pública.Os dados indicam também que em cerca de 46% das situações foi formalizada queixa /denúncia junto das entidades policiais.Os
dados da APAV apontam para diferentes tipos vítimas: 944 pessoas
idosas, com mais de 65 anos (em média três por dia e 18 por semana), 810
crianças e jovens (duas por dia e 16 por semana), 5.036 mulheres
adultas (14 por dia e 97 por semana) e 775 homens adultos (duas por dia e
15 por semana).Os
dados estatísticos dizem respeito aos processos de apoio desenvolvidos
presencialmente, por telefone e ‘online’, no ano transato, pelos
serviços de proximidade da APAV.