Associação Amigos dos Açores defende nova política de transporte para a Lagoa do Fogo
13 de dez. de 2019, 09:00
— Lusa/AO Online
Num parecer sobre a
intervenção que o Governo Regional pretende desenvolver naquela reserva
natural classificada, desde 1974, Diogo Caetano refere que esta “não
combaterá a problemática na sua raiz”.Para
a associação ecológica, a procura turística crescente que possa ser
perspetivada “poderá apresentar desafios que os investimentos que
atualmente se preconizam poderão não corresponder”.Os
Amigos dos Açores consideram que, apesar de esteticamente o estudo
prévio “parecer, na globalidade, integrado visualmente, quase não existe
a utilização de materiais endógenos”, bem como o respetivo programa
“tem subjacente uma perspetiva de ‘modernismo’ que ameaça a identidade e
tradicionalismo do local, tendo em vista a maximização do número de
visitantes em simultâneo”.“Questionamos a
efetiva necessidade da realização de escavação significativa, com
mobilização de solos e rochas, aterros e renaturalização de coberto
vegetal, para introdução de elemento subterrâneo de betão, numa área
limite entre Reserva Natural e Área Protegida para a Gestão de Habitats
ou Espécies, e sujeita ao regime da Reserva Ecológica”, declara a
associação.Segundo o ambientalista, a
“continuidade do efeito concentrador num dos pontos mais procurados” de
São Miguel “potenciará a procura do local e a descida à lagoa,
maximizando o tempo de permanência no local”, levando "inevitavelmente à
necessidade de ampliação do parque de estacionamento num futuro
próximo, para evitar novo condicionamento da estrada”.Diogo
Caetano lamenta que não se tenha promovido um debate sobre esta matéria
“não circunscrito ao Conselho Regional do Ambiente e do Desenvolvimento
Sustentável”, ao qual foi solicitado um parecer “dois dias antes da
apresentação ‘pública’ do projeto, sobre a qual “não houve nenhuma
divulgação, tendo na prática sido o projeto apresentado no contexto da
visita estatutária do Governo Regional à ilha de São Miguel”.O
ambientalista questiona se “é com situações como esta que se pretende
maior envolvimento dos cidadãos nos desafios ambientais" e "o que resta
para participação pública mediante projetos já apresentados de forma
longínqua ao cidadão comum" senão "aceitar pequenos aperfeiçoamentos
resultantes de sugestões para se criar a ideia de envolvimento".