Associação ambientalista Zero destaca recordes de baixas emissões de CO2 na produção elétrica
10 de jan. de 2025, 12:04
— Lusa/AO Online
O ano passado
"fica na história como um ano de dois recordes na área da energia: a
maior produção de eletricidade renovável e as menores emissões de
dióxido de carbono de sempre na produção total de eletricidade”, diz a
associação em comunicadoA 01 de janeiro a REN – Redes Energéticas Nacionais anunciou que a
produção de energia renovável atingiu em 2024 o valor mais elevado de
sempre no sistema elétrico português, tendo abastecido 71% do consumo de
eletricidade (num total de 36,7 TWh - terawatts hora).A
associação estimou as emissões de dióxido de carbono (CO2, o principal
gás com efeito de estufa) associadas à produção de energia elétrica em
Portugal em 1,9 milhões de toneladas, o valor mais baixo desde 1990, o
primeiro ano em que Portugal reportou essas emissões.“Entre
2023 e 2024, as emissões de dióxido de carbono reduziram-se de 3,7 para
1,9 milhões de toneladas, menos 1,8 milhões de toneladas,
aproximadamente menos 48%. A Zero destaca ainda um outro número
importante: 80% do total de produção de eletricidade no país em 2024 foi
de origem renovável”, refere a associação no comunicado.A
associação salienta ainda que entre 2008 e 2019, a produção de energia
elétrica em centrais termoelétricas a carvão e gás natural foi
responsável por emissões que variaram entre nove e 17 milhões de
toneladas de CO2 por ano e recorda que o encerramento das centrais a
carvão (Sines e Pego, em 2021), permitiram que Portugal “conseguisse uma
redução de emissões nesse ano para cerca de 4,6 milhões de toneladas
CO2”, tendo havido um aumento no ano seguinte devido à seca mas voltando
a descer em 2023.No ano passado, face a
2023, o aumento em 18% da produção renovável resultante de mais 37% de
energia solar-fotovoltaica, mais 24% de hídrica e mais 9% de eólica,
“foram determinantes para mais este relevante recorde”, diz a Zero. As
principais emissões são agora provenientes da operação das quatro
centrais de ciclo combinado a gás natural fóssil de Lares, Pego,
Ribatejo e Tapada do Outeiro, cujo decréscimo de produção entre 2023 e
2024 foi de 58 por cento, explica a Zero, acrescentando que o transporte
rodoviário é cada vez mais destacado como o principal responsável por
emissões de CO2.No comunicado a Zero pede
“políticas fortes” na eficiência energética e redução de consumo,
questiona a necessidade de manter após março a central de ciclo
combinado a gás da Tapada do Outeiro, e diz haver “investimentos
indispensáveis nas redes de transportes e distribuição de energia
elétrica que não estão a ter a prioridade necessária”.Além
de considerar crucial desenvolver infraestruturas de armazenamento de
energia, a associação diz ser preciso aumentar o peso da produção
descentralizada de energia renovável com origem em comunidades e
cooperativas de energia.