Associação alerta para importância de proteger floresta original dos Açores
20 de mar. de 2023, 20:33
— Lusa
A
posição da Associação para a Promoção e Proteção Ambiental dos Açores
surge num comunicado de imprensa a propósito das comemorações dos dias
mundiais da Floresta e da Árvore, da Água e da Meteorologia, em 21, 22 e
23 de março, respetivamente."A região tem
território escasso, com formação geológica recente e pouco consolidada e
tem uma biodiversidade pouco variada, por isso, está mais sensível a
qualquer desequilíbrio natural", alerta a associação, assinalando que o
arquipélago está sujeito a períodos "mais prolongados de falta de
pluviosidade" e "a fenómenos meteorológicos extremos cada vez mais
frequentes".Para a APPAA, a melhor forma
de mitigar os estragos provocados desde o povoamento das ilhas é
proceder "à reposição de plantas nativas, em vertentes mais acidentadas e
nas margens das ribeiras e de outras linhas de água naturais.Segundo
a associação, a replantação de plantas nativas, "mais do que algumas
obras de construção civil, evitarão as derrocadas e inundações", muitas
vezes "catastróficas" e que causam "grandes prejuízos".A
falta de reservas de água justifica as medidas tomadas para a sua
retenção artificial, mas a Associação para a Promoção e Proteção
Ambiental defende que, no caso especial das ilhas Graciosa, Pico e Santa
Maria, "o alargamento significativo da área coberta por plantas nativas
será um contributo importante para maior retenção da água, da sua
infiltração nos solos e para a alimentação das suas reservas
subterrâneas". A APPAA salienta que as
políticas agrícolas, florestais e ambientais, que devem ser "coordenadas
entre si", deverão definir "as áreas de maior importância e urgência
para a reposição do coberto vegetal originário da região". A
associação manifesta apoio às medidas em curso de proteção e
replantação de plantas nativas, muitas delas endémicas, nas áreas
classificadas onde ainda predomina a floresta nativa, ou de Laurissilva,
mas também noutras áreas sensíveis. A
APPAA apela a todos os organismos oficiais da região, às autarquias e
instituições sociais para "colaborarem com as secretarias regionais da
Agricultura e Florestas e do Ambiente e Alterações Climáticas", com
vista a uma "maior eficácia" na defesa da floresta, no aproveitamento da
criação de plantas nativas e no controlo de espécies invasoras.A
associação considera "imprescindível" a informação e educação
ambientais e a consciencialização da população para a defesa da
vegetação nativa.