Associação alerta para crise “insustentável” na pesca do chicharro em São Miguel
Hoje 13:16
— Lusa/AO Online
Em declarações à agência
Lusa, a vice-presidente da associação, com sede em Rabo de Peixe, na
ilha de São Miguel, explicou que “muito pescado tem ficado por vender",
porque, e segundo uma tabela estabelecida há décadas, o chicharro não
pode ser vendido abaixo de um euro".Cátia
Botelho adiantou que atualmente cerca de nove embarcações estão
“seriamente prejudicadas”, com a atividade “drasticamente reduzida” e
rendimentos “cada vez mais baixos, colocando em risco o futuro de
dezenas de famílias que dependem desta pescaria”.Segundo
a ASEMA, “no último ano cerca de 11 toneladas de chicharro foram
encaminhadas para doação ou para aterro, por falta de condições de
mercado que assegurassem a sua valorização mínima”.“Este
cenário representa um falhanço evidente na gestão do setor,
traduzindo-se num desperdício inaceitável de recursos e num golpe direto
na subsistência dos armadores”, alerta a associação, que manifesta “a
sua profunda indignação e preocupação perante a crise insustentável que
se instalou na pesca do chicharro em São Miguel”.Cátia
Botelho adiantou à agência Lusa que existem atualmente “entre oito e
nove embarcações que estão no ativo na pesca do chicharro na ilha de São
Miguel”.A ASEMA afirma ter apresentado,
de “forma persistente e responsável”, propostas concretas à Direção
Regional das Pescas, desde “a revisão urgente do preço mínimo até
alterações à portaria em vigor, com o objetivo de criar condições
mínimas de dignidade para os profissionais desta arte”.De
acordo com a vice-presidente da associação, “em outubro foi realizada
uma reunião com a Direção Regional das Pescas, mas sem novos
desenvolvimentos até à data”.“O silêncio e
a inação do Governo continuam a agravar uma situação que já é, por si
só, dramática, enquanto os armadores enfrentam rendimentos em queda
livre e os custos de operação não param de aumentar”, aponta a
Associação Sete Mares dos Açores, que critica “a anunciada intenção de
aumento das taxas de lota”, porque irá ser “mais um golpe
incompreensível, que poderá conduzir estas embarcações à completa
paragem, um impacto devastador para toda a economia local ligada ao
setor”.A associação, que conta com cerca de 60 associados, exige, por isso, "medidas imediatas, eficazes e transparentes"."Caso
o Governo Regional mantenha esta postura de falta de resposta e
ausência de soluções, os armadores e pescadores ver-se-ão obrigados a
tomar medidas drásticas (…), que poderão passar por manifestações
públicas, de forma a defender os seus direitos, a continuidade da
atividade e a sobrevivência das suas famílias", sustenta.