Assembleia Municipal discute obra do Mercado da Graça dia 16 agosto
11 de ago. de 2022, 10:14
— Nuno Martins Neves
A presidente da mesa da assembleia, Maria José Duarte, convocou a
assembleia municipal para uma sessão extraordinária a realizar esta
terça-feira, dia 16 de agosto, a partir das 14h30, no Centro Natália
Correia, na Fajã de Baixo, com o único ponto na ordem do dia a ser a
obra de requalificação do Mercado da Graça.Em causa a obra, orçada
em 1,4 milhões de euros e iniciada em outubro de 2021, e que foi
suspensa pela Câmara Municipal de Ponta Delgada no final de julho,
devido à inexistência de plano de segurança contra incêndio, justificou o
executivo.Aautarquia, liderada pelo social-democrata Pedro
Nascimento Cabral, apontou o dedo ao anterior executivo, presidido pela
atual presidente da mesa da Assembleia, Maria José Duarte, por ter
“descurado” uma parte “tão importante como é o de segurança contra
incêndios”.Em nota de imprensa, divulgada dia 29 de julho, o autarca
explicou ter reunido com os comerciantes nesse próprio dia, propondo
aos empresários a transferência do Mercado da Graça para o Pavilhão do
Mar, opção recusada pela maioria.No entanto, o Serviço Regional de
Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) revelou, em exclusivo ao
Açoriano Oriental, que recebeu da Câmara de Ponta Delgada um projeto de
segurança contra incêndios da referida obra, apresentado a 18 de janeiro
deste ano, tendo o SRPCBA emitido o respetivo parecer 10 dias depois,
com “condicionantes técnicas” que permaneceram por sanar desde janeiro,
razão pela qual a Proteção Civil emitiu um parecer negativo.A
autarquia ponta-delgadense reagiu à notícia, afirmando em comunicado que
“o suposto projeto de Segurança Contra Incêndios, incluído no processo
de execução da empreitada, não apresenta nenhuma validade legal e, como
tal, é inexistente”.Com as obras suspensas até dezembro deste ano e a
conclusão da requalificação atirada para outubro de 2023 - dois anos
depois do seu início, quando o prazo inicial era agosto de 2022 - os
deputados do PS de Ponta Delgada solicitaram à presidente da Assembleia
Municipal o agendamento de uma sessão extraordinária, enquanto a
deputada única da Iniciativa Liberal propôs a criação de uma comissão de
inquérito.