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Óbito/Laborinho Lúcio
Assembleia dos Açores lembra vasta carreira ao serviço da causa pública

O presidente da Assembleia Regional dos Açores manifestou “profundo pesar” pela morte de Álvaro Laborinho Lúcio, lembrando a “vasta carreira” ao serviço da “causa pública” do antigo ministro da República para a região


Autor: Lusa/AO Online

“Álvaro Laborinho Lúcio distinguiu-se pela sua vasta carreira ao serviço da Justiça, da Cultura e da causa pública, sendo reconhecido pelo seu humanismo, pela lucidez intelectual e pela integridade com que sempre exerceu funções”, afirmou Luís Garcia, citado em comunicado.

O presidente do parlamento açoriano evoca Laborinho Lúcio como uma “figura de grande prestígio nacional", recordando o seu percurso como ministro da República para os Açores, cargo que desempenhou com "profundo respeito pelas autonomias regionais e com reconhecida sensibilidade às especificidades da região”.

“A sua vida pública e intelectual ficará como exemplo de serviço, ética e compromisso com os valores democráticos”, lê-se no comunicado.

A Assembleia Regional destaca, também, que Laborinho Lúcio foi uma “presença ativa na vida cívica e cultural” do país e associa-se ao “pesar nacional pelo falecimento de uma personalidade de excecional relevo na vida pública portuguesa”.

Laborinho Lúcio foi secretário de Estado da Administração Judiciária e ministro da Justiça em 1990, durante o Governo de Cavaco Silva, e ministro da República para os Açores, em 2003, durante a presidência de Jorge Sampaio.

Foi também Procurador da República junto do Tribunal da Relação de Coimbra, inspetor do Ministério Público, Procurador-Geral-Adjunto da República, diretor da Escola da Polícia Judiciária e do Centro de Estudos Judiciários.

Na Nazaré, foi presidente da Assembleia Municipal.

Mais recentemente, integrou a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa.

Álvaro Laborinho Lúcio nasceu na Nazaré em 01 de dezembro de 1941. Na juventude, foi ator amador, tendo participado na criação do Grupo de Teatro da Nazaré.

Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Direito e obteve o Curso Complementar de Ciências Jurídicas.

Laborinho Lúcio foi membro, entre outras, de associações como a APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e a CRESCER-SER, de que é sócio fundador.

Entre 2013 e 2017, foi presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho e membro eleito da Academia Internacional da Cultura Portuguesa.

Laborinho Lúcio estreou-se na escrita de ficção narrativa em 2014, com “O Chamador”, na Quetzal, editora pela qual lançou mais quatro títulos até ao ano passado: “O Homem que Escrevia Azulejos”, “O Beco da Liberdade”, “As Sombras de uma Azinheira” e o livro de crónicas e outros textos “A Vida na Selva”.

Já este ano, em março, editou, pela Zigurate, com Odete Severino Soares e ilustrações de Catarina Sobral, o livro “Marília ou a Justiça das Crianças”.

Foi condecorado em 2005 pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.