Assembleia de Santa Cruz das Flores insatisfeita com atuação do Governo Regional

19 de dez. de 2019, 12:53 — Lusa/AO Online

Segundo uma nota de imprensa, aquele órgão, que aprovou a posição por unanimidade, critica a forma “morosa e claramente insuficiente nestes últimos dois meses e meio para encontrar uma solução condigna para o abastecimento de mercadorias e bens para a ilha das Flores, bem como a necessária exportação de gado vivo”.No preâmbulo do texto da moção aprovada, os membros da Assembleia Municipal de Santa Cruz referem que, 11 semanas após a passagem pelos Açores do furacão Lorenzo, a avaliação que se pode fazer do abastecimento marítimo de bens e mercadorias para a ilha é que “a opção do Governo Regional pelo barco da Transportes Marítimos Graciosenses (TMG) foi e é absolutamente insuficiente”.De acordo com o documento, o tecido empresarial das Flores “encontra-se angustiado com esta asfixia de praticamente dois meses e meio", sendo que "em qualquer economia insular de uma ultraperiferia é absolutamente fundamental a entrada e saída marítima de bens e mercadorias”.“Os comerciantes de venda a retalho recebem escassos bens, cerca de um terço do que recebiam anteriormente, além de que a mercadoria, não vindo contentorizada, chega às Flores algumas vezes danificada, bem como os produtos congelados e frescos têm muitas vezes chegado sem condições de venda ao público porque viajam no navio ‘Paulo da Gama’ com os contentores-frigoríficos desligados”, consideram os deputados municipais.A Assembleia Municipal refere que “muitos agricultores continuam impossibilitados de exportar o seu gado que há alguns meses está pronto para sair da ilha”.Por outro lado, “muitas empresas de construção civil estão quase paradas, pois escasseiam os materiais para fazerem as reparações e obras que se encontravam a executar”, e algumas outras empresas “não têm o que vender” ou não conseguem ter material suficiente para efetuar o seu serviço.Por isso, a economia da ilha “agoniza” com a grande redução de receitas e “não conseguirá aguentar por muito mais tempo”.Para os deputados municipais, a secretária regional dos Transportes, Ana Cunha, “sempre pareceu lenta e pouco preocupada em encontrar rapidamente uma solução que suprisse as necessidades de abastecimento de mercadorias e bens para a ilha”.Na sua opinião, a opção pelo barco da TMG “era claramente insuficiente, mas teimosamente foi mantida sem oferta de outra qualquer opção aos empresários da ilha das Flores”.No início de outubro, o furacão Lorenzo não causou mortos nem mesmo feridos nos Açores, mas a sua passagem pelo arquipélago destruiu o porto Lajes das Flores (que abastece as Flores e o Corvo) e fez algumas dezenas de desalojados.No total, foram 255 as ocorrências registadas pela Proteção Civil, em particular na madrugada de 02 de outubro, com 53 pessoas a terem de ser realojadas, a maior parte na ilha do Faial. Os prejuízos ascenderam a 330 milhões de euros, 190 milhões dos quais em resultado da destruição total do porto das Lajes das Flores.