ASAE instaura 39 processos de contraordenação devido à Black Friday
4 de dez. de 2017, 13:54
— Lusa/AO online
A
ASAE informa, em comunicado, que “realizou, a nível nacional, durante
cerca de uma semana, uma operação de fiscalização direcionada à
verificação do cumprimento das regras legais do exercício das atividades
económicas, em particular, o regime jurídico aplicável aos saldos,
liquidações, promoções e reduções de preços, numa época em que se
promove o fenómeno da Black Friday”.“Como
resultado da ação de fiscalização direcionada especificamente ao
evento, foram fiscalizados 255 operadores económicos, quer através da
pesquisa ‘online’, quer em estabelecimentos físicos, tendo sido
instaurados 39 processos de contraordenação”, acrescenta.Entre
os motivos para estas contraordenações está a falta de indicação da
modalidade de venda e período de duração, a falta de comunicação de
saldos à ASAE, a não prestação e a prestação de informações falsas,
inexatas ou incompletas, precisa aquela entidade.A
ASAE adianta que “tem estado e continuará a estar atenta a estes e
outros fenómenos e não deixará de encetar diligências sempre que as
considere necessárias”.No
dia 24 de novembro, sexta-feira, assinalou-se em Portugal a Black
Friday, iniciativa que começou nos Estados Unidos e foi replicada em
outros países e na qual várias marcas de retalho aplicam descontos sobre
os seus produtos.Questionada
pela Lusa, a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco)
indicou que não registou “qualquer reclamação ou denúncia”, enquanto a
plataforma Portal da Queixa recebeu 32 queixas.Em
resposta escrita enviada à Lusa, o Portal da Queixa assinala que este
número representa um aumento de 39% face ao ano anterior, que se deve ao
aumento “na procura e na oferta”.Aludindo
aos motivos destas reclamações, a plataforma precisa que são
semelhantes aos do ano passado, “estando no topo da tabela o aumento do
preço antes da promoção por forma a aplicar o desconto”.Segue-se
a falta de ‘stock’ para fazer face à procura: “Os consumidores
relataram que alguns dos melhores descontos apresentados constituíram um
chamariz, na medida em que, na hora de os adquirir, não estavam
disponíveis por falta de ‘stock’ ou dificuldade na aquisição dos
mesmos”.Segundo
o Portal da Queixa, as principais visadas nestas queixas foram as lojas
Worten, Media Markt e El Corte Inglés devido à “elevada procura” de
produtos na área da tecnologia.Acrescem
reclamações sobre lojas como a Toys´R’us (de brinquedos), La Redoute
(roupa e acessórios), Bluebird (joias e relógios), Equivalenza
(perfumes) e Prozis (suplementos alimentares).Para
evitar este tipo de casos, o Portal da Queixa aconselha à realização de
pesquisas antes da compra em iniciativas do género, adiantando que esta
é “a melhor arma para o consumidor atual”.