Autor: Paulo Jorge Agostinho, Lusa/AO online
“Há sempre coisas por fazer, panos para arranjar e alfaias litúrgicas para preparar. As pessoas nem se apercebem mas o padre chega e tem tudo pronto”. Quem o diz é Maria Santos, a zeladora da igreja paroquial de Vieira de Leiria, Marinha Grande.
E é graças a esta mulher que a Igreja está sempre pronta para acolher os fiéis, com a garantia que todos os pequenos pormenores não serão nunca esquecidos.
“Eu estou sempre preocupada. Não consigo deixar de estar nervosa e com medo que as coisas corram mal”, afirma Maria Santos, que confessa gostar de trabalhar entre o silêncio dos altares.
“Eu prefiro ir fazendo as minhas coisas, como eu quero. Não gosto tanto de falar”, explica à Agência Lusa numa conversa que tem de interromper por alguns instantes para recolher de uma outra devota mais um pedido de uma intenção para a celebração de quinta-feira.
Desde a limpeza das pratas à água da pia baptismal, passando pelos arranjos florais ou pela lavagem dos paramentos, Maria Santos é uma espécie de governanta do templo.
“É uma zeladora exemplar”, aponta Hermínia Moleiro, ministra da comunhão e uma das pessoas que tem procurado apoiar o trabalho pastoral na paróquia.
Apesar do empenho diários e regular como se de um relógio suíço se tratasse, Maria Santos salienta que a última palavra sobre a organização da Igreja cabe ao padre Bertolino Vieira.
“Eu estou aqui para servir e não para ser servida”, diz, embora não escondendo o gosto pessoal em saber que o seu trabalho é apreciado também por todos quantos visitam a igreja.
“É importante que reconheçam o trabalho que isto dá”, até “os padres que chegam de fora”, considera Maria Santos, que também canta no coro e apoia o sacerdote em todas as cerimónias, desde eucaristias regulares a funerais ou casamentos.
Há 30 anos com esta função, esta antiga funcionária da EDP, agora com 73 anos, começou por ser mais uma das mulheres responsáveis pela limpeza mas agora tornou-se num dos elementos essenciais da gestão quotidiana da paróquia.
“Ela teve um problema e nós tivemos de nos organizar para a substituir para procuramos sempre o seu apoio”, explica Hermínia Moleiro, que é ministra da comunhão há quatro anos, depois de aceitar o desafio do sacerdote.
Na ausência do padre, em vez da missa normal, os leigos realizam a Liturgia da Palavra, podendo ser distribuídas partículas consagradas anteriormente pelo religioso.
“É uma cerimónia diferente” mas “também diz-nos muito” porque é assumida pela própria comunidade de fiéis da paróquia.
Depois, além desta função, esta funcionária pública de 59 anos guarda ainda um pouco de tempo para visitar os idosos, doentes e acamados para lhes dar a comunhão.
“Eles são nosso irmãos” mas “não podem ir à missa” pelo que cabe à comunidade encontrar soluções que minimizem essa situação, explica Hermínia Moleiro.
Na capela do Bairro das Almuinhas, já na cidade de Leiria, o papel de sacristão é desempenhado por uma mulher, Odília Pinto, que é acólita, uma das responsáveis pelo templo e elemento da comissão fabriqueira já cerca de 15 anos.
“Fui das primeiras mulheres a terem essas funções”, explica esta reformada, de 72 anos, que recebeu as chaves da Igreja no dia em que o anterior sacristão faleceu.
Desde então, guarda-as como um dos seus tesouros mais preciosos até porque trata-se de algo com “muita responsabilidade” já que “representamos toda a comunidade”.
Apesar do empenho em torno de tudo quanto sirva para apoiar o trabalho dos padres, Odília Pinto não gostava de ver mulher ordenadas sacerdotes.
“Acho que as coisas deveriam continuar como sempre foi. Jesus Cristo nomeou Pedro, um homem, como seu sucessor”, sustenta.
Menos taxativas são Maria Santos e Hermínia Moleiro, que admitem a possibilidade das mulheres virem a ser ordenadas sacerdotes.
“É uma coisa que não me choca, porque as mulheres desempenham cada vez mais trabalhos”, alega Hermínia Moleiro, que minimiza a importância do sexo para as funções dentro da comunidade católica.
Maria Santos concorda mas defende que tem de existir uma “boa preparação” e rejeita qualquer possibilidade de casamento para os sacerdotes, sejam eles homens ou mulheres.
Na sua opinião, “não se pode servir a família e o sacerdócio” que “não é uma simples profissão” mas a “consagração da vida ao Senhor”.
E é graças a esta mulher que a Igreja está sempre pronta para acolher os fiéis, com a garantia que todos os pequenos pormenores não serão nunca esquecidos.
“Eu estou sempre preocupada. Não consigo deixar de estar nervosa e com medo que as coisas corram mal”, afirma Maria Santos, que confessa gostar de trabalhar entre o silêncio dos altares.
“Eu prefiro ir fazendo as minhas coisas, como eu quero. Não gosto tanto de falar”, explica à Agência Lusa numa conversa que tem de interromper por alguns instantes para recolher de uma outra devota mais um pedido de uma intenção para a celebração de quinta-feira.
Desde a limpeza das pratas à água da pia baptismal, passando pelos arranjos florais ou pela lavagem dos paramentos, Maria Santos é uma espécie de governanta do templo.
“É uma zeladora exemplar”, aponta Hermínia Moleiro, ministra da comunhão e uma das pessoas que tem procurado apoiar o trabalho pastoral na paróquia.
Apesar do empenho diários e regular como se de um relógio suíço se tratasse, Maria Santos salienta que a última palavra sobre a organização da Igreja cabe ao padre Bertolino Vieira.
“Eu estou aqui para servir e não para ser servida”, diz, embora não escondendo o gosto pessoal em saber que o seu trabalho é apreciado também por todos quantos visitam a igreja.
“É importante que reconheçam o trabalho que isto dá”, até “os padres que chegam de fora”, considera Maria Santos, que também canta no coro e apoia o sacerdote em todas as cerimónias, desde eucaristias regulares a funerais ou casamentos.
Há 30 anos com esta função, esta antiga funcionária da EDP, agora com 73 anos, começou por ser mais uma das mulheres responsáveis pela limpeza mas agora tornou-se num dos elementos essenciais da gestão quotidiana da paróquia.
“Ela teve um problema e nós tivemos de nos organizar para a substituir para procuramos sempre o seu apoio”, explica Hermínia Moleiro, que é ministra da comunhão há quatro anos, depois de aceitar o desafio do sacerdote.
Na ausência do padre, em vez da missa normal, os leigos realizam a Liturgia da Palavra, podendo ser distribuídas partículas consagradas anteriormente pelo religioso.
“É uma cerimónia diferente” mas “também diz-nos muito” porque é assumida pela própria comunidade de fiéis da paróquia.
Depois, além desta função, esta funcionária pública de 59 anos guarda ainda um pouco de tempo para visitar os idosos, doentes e acamados para lhes dar a comunhão.
“Eles são nosso irmãos” mas “não podem ir à missa” pelo que cabe à comunidade encontrar soluções que minimizem essa situação, explica Hermínia Moleiro.
Na capela do Bairro das Almuinhas, já na cidade de Leiria, o papel de sacristão é desempenhado por uma mulher, Odília Pinto, que é acólita, uma das responsáveis pelo templo e elemento da comissão fabriqueira já cerca de 15 anos.
“Fui das primeiras mulheres a terem essas funções”, explica esta reformada, de 72 anos, que recebeu as chaves da Igreja no dia em que o anterior sacristão faleceu.
Desde então, guarda-as como um dos seus tesouros mais preciosos até porque trata-se de algo com “muita responsabilidade” já que “representamos toda a comunidade”.
Apesar do empenho em torno de tudo quanto sirva para apoiar o trabalho dos padres, Odília Pinto não gostava de ver mulher ordenadas sacerdotes.
“Acho que as coisas deveriam continuar como sempre foi. Jesus Cristo nomeou Pedro, um homem, como seu sucessor”, sustenta.
Menos taxativas são Maria Santos e Hermínia Moleiro, que admitem a possibilidade das mulheres virem a ser ordenadas sacerdotes.
“É uma coisa que não me choca, porque as mulheres desempenham cada vez mais trabalhos”, alega Hermínia Moleiro, que minimiza a importância do sexo para as funções dentro da comunidade católica.
Maria Santos concorda mas defende que tem de existir uma “boa preparação” e rejeita qualquer possibilidade de casamento para os sacerdotes, sejam eles homens ou mulheres.
Na sua opinião, “não se pode servir a família e o sacerdócio” que “não é uma simples profissão” mas a “consagração da vida ao Senhor”.