'Arrisca' diz que antiga presidente sempre deu "o melhor de si"
3 de jan. de 2018, 18:52
— Lusa/AO online
Em
comunicado enviado esta tarde às redações, o atual presidente da
direção da Arrisca, Gil Leopoldo de Sousa, sustenta que os dirigentes da
instituição, "os atuais e os do passado", e "designadamente" a anterior
presidente Suzete Frias, "sempre deram o melhor de si, com sacrifício
muitas das vezes das suas vidas pessoais, a favor dos desconsiderados e
excluídos da sociedade" açoriana.O
PSD/Açores tinha pedido hoje a demissão da diretora regional da
Prevenção e Combate às Dependências, Suzete Frias, falando os
sociais-democratas numa gestão "abusiva" no passado da Arrisca quando a
atual diretora regional era presidente da IPSS.Em
causa está uma notícia de hoje do jornal Açoriano Oriental, que adianta
que Suzete Frias tinha um vencimento bruto de quatro mil euros enquanto
presidente da Arrisca, cargo que abandonou em 2016 para integrar o
executivo açoriano, citando o jornal como fonte uma auditoria da
Inspeção Regional da Saúde aos apoios financeiros prestados à IPSS."Está
em causa uma verba que excede largamente os valores praticados, quer na
administração pública, quer em IPSS, para idênticas funções de técnico
superior na área de psicologia. Quem gere apoios públicos desta forma
abusiva e em benefício pessoal, como fez a dra. Suzete Frias enquanto
presidente da Arrisca, não pode continuar a merecer confiança política
para administrar dinheiros públicos", defende a porta-voz do PSD/Açores
para as questões sociais, Mónica Seidi, em nota enviada pelo partido às
redações.Para
os sociais-democratas, o presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro
(PS), "premiou esta utilização abusiva de dinheiros públicos" ao
convidar Suzete Frias a integrar o executivo em novembro de 2016, "nove
meses após tomar conhecimento das denúncias feitas na referida
auditoria", acusa o PSD.Na
referida auditoria, a que a agência Lusa teve também acesso, é referido
que o vencimento da antiga presidente da Arrisca provinha de três
entidades distintas: da Segurança Social, de receitas próprias da
associação e da Secretaria Regional da Saúde.A
direção atual da Arrisca defende na auditoria que Suzete Frias foi
admitida na associação com uma remuneração base de 1.159 euros, mas
"aquando da assinatura deste primeiro contrato ficou, desde logo,
acordado rever e aumentar a sua remuneração na medida em que o
crescimento das atividades e respetivo financiamento o possibilitasse, o
que veio a ocorrer de forma faseada".Suzete
Frias, é também referido, exerceu a "título pró-bono e voluntariamente o
cargo de presidente de direção" da IPSS, "não auferindo qualquer
compensação financeira pela sua representatividade neste órgão", dizendo
o seu vencimento respeito "às funções que a mesma desempenha enquanto
trabalhadora da associação".Também
o Bloco de Esquerda (BE) dos Açores pediu hoje explicações ao executivo
da região, pretendendo os bloquistas que sejam explicadas "as razões
que levaram à nomeação da antiga presidente da Arrisca para o cargo de
diretora regional", o que terá sucedido "numa altura em que o executivo
já conhecia o relatório da auditoria" hoje noticiada.A
Lusa tentou também obter um comentário do Governo açoriano, através da
Secretaria Regional da Saúde, mas até ao momento tal não foi possível.Arrisca é o nome pelo qual é conhecida a Associação Regional de Reabilitação e Integração Sócio-Cultural dos Açores.