s
Terceira Travessia do Tejo
Arquitectos questionam modelo de parceria público-privada
A Ordem dos Arquitectos (OA) questionou a parceria público-privada (PPP) proposta para a Terceira Travessia sobre o Tejo, considerando que seria mais prudente elaborar o projecto de execução fora deste modelo.

Autor: Lusa/AO Online

"Seria mais cauteloso fazer o projecto de execução fora deste pacote de PPP que inclui projecto de execução, construção e exploração. O consórcio que ganhar vai apresentar o melhor preço possível no mais curto prazo possível, por isso pode haver tendência para acelerar determinadas questões de ordem técnica que são muito específicas", observou João Costa Ribeiro, membro da direcção da Ordem dos Arquitectos.

"Por exemplo, a questão do património é muito difícil de gerir através de uma PPP", acrescentou, revelando "cepticismo" quanto à resolução destes problemas na fase de projecto de execução se este processo for feito de "forma muito fechada".

O arquitecto adiantou que a Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, embora condicionada, hoje divulgada, acautela algumas questões anteriormente criticadas pela Ordem, como o enquadramento urbano e o paisagismo, mas não salvaguarda outras como a da continuidade urbana.

A DIA aponta também outros problemas como o aumento do número de automóveis e do nível de ruído e a degradação da qualidade do ar, mas "não explica como serão resolvidos", sublinhou João Costa Ribeiro.

A Terceira Travessia do Tejo terá duas vias para a alta velocidade, duas vias para a rede convencional e duas vias com três faixas cada uma para o tráfego rodoviário e representa um investimento de 1,7 mil milhões de euros.

A OA emitiu, em Dezembro, na fase de consulta pública, um parecer em que afirmava que o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do projecto não tem em conta "as implicações sobre o espaço público urbano edificado".

Entre as falhas apontadas ao EIA está o facto de o trabalho não avaliar a transformação da Avenida do Santo Condestável, em Chelas, numa via rápida e "ignorar as implicações que os pilares da ponte e os viadutos de acesso terão na frente ribeirinha".